“Eu Não Sou Seu Negro”, documentário indicado ao Oscar em 2017, mostra a realidade americana que não muda desde o começo da história do país, existindo um descompasso entre brancos e negros. De forma análoga, no Brasil, não há dúvidas de que o racismo ainda é uma realidade que permanece, devido a fatores histórico-culturais que geram terríveis conseqüências a essa parcela da sociedade. Mormente, é indispensável destacar que o racismo tem suas origens no tráfico negreiro e vai se estender ao longo da história brasileira. Ou seja, essas pessoas foram trazidas contra a sua vontade e perderam a liberdade de tudo, tendo a sua cultura negada e marginalizada Por isso, muitos indivíduos, ainda hoje, relacionam o trabalho do negro a atividades braçais e de segunda classe, basta lembrar-se da expressão popular “serviço de preto”. Portanto, não é razoável que ainda haja esse tipo de preconceito porque é um retrocesso social. Outrosssim, não é difícil ver as manifestações de racismo no dia a dia da vida social brasileira. Por exemplo, uma pesquisa realizada pelo Instituto Ethos mostrou que, apesar de 55% da população nacional ser afrodescendente, no quadro de executivos das 500 maiores coorporações do Brasil, apenas 4,7% é ocupado por esse público. Dessa maneira, tais dados evidenciam que, embora, as correntes físicas não existam mais, elas permanecem em forma de exclusão social. Destarte, é indubitável que o racismo ainda persiste. Neste sentido, pensar em uma educação de qualidade como caminho para amenizar essa problemática, parece bastante válido. Para isso, cabe ao MEC capacitar gestores e educadores, por meio de formações continuadas em EAD, para trabalhar, de forma transversal, conteúdos que valorizem a cultura negra. Além disso, os gestores podem mobilizar a comunidade escolar, para refletirem a respeito das graves conseqüências do racismo, por meio de palestras e rodas de conversas. Espera-se que, dessa forma, o Brasil apresente uma realidade diferente daquela retratada pelo documentário.