Enviada em: 09/09/2019

Solomon Northup, protagonista do filme "12 Anos de Escravidão", é um homem livre, que foi sequestrado e vendido como escravo, por conta de ser negro. Entretanto, quando se observa o dilema da persistência do racismo na sociedade brasileira contemporânea, é verificado que a realidade não é muito distante da ficção e a problemática persiste. Nesse contexto, percebe-se um grave problema de contornos específicos, o qual ocorre não só devido aos resquícios históricos, mas também a falta de identificação étnica.        Primeiramente, convém ressaltar, de que forma os resquícios históricos afetam o país até hoje. Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, a sociedade possui padrões que são impostos, naturalizados e, posteriormente, reproduzidos pelos indivíduos. Nesse âmbito, desde o período colonial, na qual o Brasil, com a justificativa de que o negro era uma raça inferior, estes eram humilhados e escravizados, para trabalhos domésticos e braçais, atualmente, com esses pensamentos enraizados e com a falta de assistências jurídicas, o racismo persiste, como previsto por Bourdieu. Dessa forma, a negligência das autoridades e indiferença da população com a questão do racismo, facilitam a persistência desse preconceito.        Outrossim, evidencia-se a falta de identificação étnica como impulsionar para o problema. Consoante Paulo Freire, quando o conhecimento não é libertador, o sonho do oprimido é sempre opressor. Nessa perspectiva, em uma população com carência no conhecimento sobre a história e cultura das pessoas negras corrobora para a prorrogação do racismo, uma vez que não proporciona a identificação e empatia com o próximo, fortificando a opressão e inferiorização dos negros. Logo, é imprescindível uma mudança nesse cenário, para ultrapassar as barreiras que regem esse contratempo.        Mediante o exposto, fica claro que medidas são necessárias para solucionar esse impasse. Portanto, cabe às autoridades disponibilizar recursos para o Ministério da Educação inserir na grade curricular das escolas disciplinas obrigatórias sobre a história dos negros, por meio de aulas expositivas e também em forma de teatro, dança e música, com finalidade de promover a intensificação cultural. Ademais, cabe ao Ministério da Justiça divulgar a existência das leis e suas respectivas punições contra racismo, por meio de comerciais que serão divulgados nos meios de comunicação, com intuito de acabar a discriminação com as pessoas negras, e consecutivamente, punir os opressores. Assim, o racismo será atenuado e situações desagradáveis como a do Solomon Northup na ficção não acontecerá na realidade.