Enviada em: 16/06/2017

Na novela brasileira Chiquititas, a personagem Shirley Santana é afrodescendente, mas não aquela típica dona de casa retratada em novelas de época. Shirley é forte, trabalhadora, carismática por excelência e reconhecedora do contexto histórico de seu povo. Não obstante à personagem, no Brasil contemporâneo a população negra ainda é vítima de agressão, devido à grande intolerância racial que sofrem. Dessarte, é válido ponderar as causas que levam ao sentimento de hegemonia branca, assim como o contexto do surgimento da desigualdade racial.       Primeiramente, houve vários eventos que tentaram explicar a teoria da ascensão branca em detrimento da afrodescendente. Um deles surgiu antes da segunda grande guerra: o arianismo nazista. Sua tese geral defendia que os alemães descendiam da raça mais pura do mundo, pois eram brancos, altos e fortes; tendo o direito de eliminar a população negra. Outrossim, no Brasil hodierno, 72 anos após a guerra, o racismo ainda perpetua, todavia, de uma forma mais sucinta e omissa. Os arianos cederam lugar aos neonazistas, que ainda têm os mesmos preceitos a respeito da hegemonia branca, aderindo a si o direito de segregar a população afrodescendente.       Em um outro plano, leis que garantiram no passado a liberdade dos escravos não tinham realmente o ideal de igualdade. Eusébio de Queiroz, lei que proibia o tráfico negreiro para o Brasil, tinha o objetivo de transformar a mão de obra escrava em assalariada, uma vez que era mais interessante o giro do dinheiro para as grandes potências da época. Partindo dessa perspectiva, nota-se que o racismo no brasil não foi eliminado, unicamente vendaram os olhos dos cidadãos para algo que havia "acabado", conquanto, ainda existia a desvalorização do negro na sociedade. Dessa forma, fica evidente que o racismo no país sempre existiu, apenas foi e vem sendo disfarçado.       Destarte, a partir dos fatos supracitados, é indubitável afirmar que a temática da persistência do racismo na sociedade brasileira se configura em uma grande problemática para o país. Para combatê-lo, o governo junto ao ministério da justiça, deve dispor de seu poder político para atenuar as vultosas taxas de desigualdade racial na sociedade, a partir da criação de leis mais rígidas que punam de forma severa os crimes de ódio à população negra do país. Por conseguinte, as instituições de ensino devem ajudar na conscientização sobre a intolerância racial, por meio de aulas específicas para debater sobre o assunto e formular projetos que assegurem um desenvolvimento igualitário. Unicamente assim, no Brasil do futuro existirão mais cidadãos como Shirley Santana, que honram sua cor e seu passado.