Enviada em: 30/07/2017

Braços abertos,portas fechadas,documentário da emissora de TV Al jazeera,no qual retrata o dia a dia de um estudante angolano que veio ao Brasil com a esperança de conhecer a cordialidade e multirracialidade brasileira,mas acaba a vivenciar o preconceito sofrido pela maioria da população negra,ratifica a persistência de um racismo disfarçado na sociedade contemporânea.Nesse sentido,é preciso analisar em quais aspectos essa problemática esta presente para que esse crime tenha um fim.        Antes de tudo,é válido ressaltar o pouco espaço dado aos afro-brasileiros na mídia televisiva.Como exemplo,tem-se o produto exportado para muitos países e preferência absoluta nos televisores nacionais,a telenovela,o qual tem essa representação quase mínima e quando a tem, sobra esteriótipos de uma imagem determinista de favelizado e marginalizado.Essa atitude mantem a manutenção de barreiras que impedem a construção de uma forte identidade para os negros brasileiros.     Além disso,aquela diminuta representação também não se resume somente ao campo midiático,mas também no político.Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas,a população que se autodeclara negra ou parda é de 54%.Mas esse dado não se reflete no poder legislativo no qual,segundo o Tribunal Superior Eleitoral,nas eleições de 2014,em uma compulsória declaração à justiça,apenas 3% representavam políticos negros. Ângela Davis,filósofa e ativista afro-estadunidense, diz que não é preciso ser um especialista para perceber que algo esta errado em um país cuja maioria é negra e a representação é majoritariamente branca.                   Torna-se evidente,portanto,que o racismo ainda persiste de forma implícita e acaba a refletir em desigualdades em todos os campos da sociedade.Para que isso diminua,ONGs ligadas ao combate do racismo devem formular leis de iniciativa popular que visem à criação de mais ações afirmativas,e a população,conscientizando-se,promoverá uma maior pressão no poder legislativo para a aprovação das referidas leis.