Enviada em: 14/06/2019

Promulgada pela ONU em 1948, a Declaração Universal dos Diretos Humanos garante a todos os indivíduos o direito a nível de vida adequado para si próprio e sua família, inclusive à alimentação, vestimenta e moradia adequadas, assim como a uma melhoria contínua de suas condições de vida. Conquanto, esses direitos não estão disponíveis para todos, tendo em vista o número de moradores de rua no país. Nessa perspectiva, torna-se premente analisar as principais causas que os levam a tal situação: a falta de oportunidades de emprego e de apoio familiar.    Em primeira análise, é licito postular que o desemprego é um fator expressivo no aumento do número de sem-tetos. Segundo o site de notícias R7, atualmente o estado de São Paulo tem 16 mil moradores de rua e 70% desses, foram submetidos a tais condições devido ao desemprego. Como consequência, a falta de oportunidades afeta a capacidade dos indivíduos de conseguir obter condições mínimas de salubridade e conforto levando-os as ruas. Dessa forma, urge a extrema necessidade do aumento de empregos a fim de possibilitar que tais pessoas vivam de maneira digna.    Faz-se mister, ainda, salientar a falta de apoio familiar como impulsionador do aumento de pessoas nas ruas. De acordo com pesquisas realizadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome, um dos principais motivos pelos quais as pessoas passam a viver nas ruas é a desavença com familiares. Evidenciando o supremacitado, há o livro “Modernidade Líquida” de Zygmunt Bauman, no qual expõe a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas vividas no século XXI. Advindo disso, muitos membros das famílias tendem ao individualismo, perdendo, dessa forma, o senso de compaixão ao próximo. Desse modo, torna-se indispensável a adoção de medidas capazes de fragmentar esse comportamento social.    Infere-se, portanto, a necessidade de medidas aptas a gerar condições dignas à todos. Logo, urge que o Governo em parcerias público-privadas com empresas, por meio de incentivos fiscais a tais instituições, desenvolva programas os quais garantam o ingresso no mercado de trabalho, para que assim todos tenham a chance de conseguir uma renda e, dessa forma, melhorar suas condições. Ademais, o Ministério da Educação, em conjunto com escolas, deve incluir a disciplina de ética e cidadania no currículo escolar dos ensinos infantil, fundamental e médio, com o intuito de desconstruir o individualismo enraizado na sociedade pós moderna e disseminar o hábito de empatia. Dessa forma, será possível caminhar para uma sociedade justa e igualitária como previsto na Declaração dos Direitos Humanos.