Enviada em: 08/07/2019

É possível, por intermédio da linguagem simples e coloquial do poema, "Tinha uma pedra no meio do caminho" de Carlos Drummond de Andrade fazer uma analogia a respeito da população em situação de rua no Brasil. Nessa conjuntura, a problemática atua e repercute no cotidiano dos brasileiros como um verdadeiro obstáculo social a ser superado. Contudo, percalços como a inércia governamental e a falta de acesso à educação dificultam o sobrepujar dessa adversidade.           De início, é importante pontuar que as políticas públicas têm papel fundamental na superação desse obstáculo. Segundo Aristóteles, o Governo deve, acima de tudo, garantir o bem-estar da sociedade. Porém, é comum observar o descaso das autoridade públicas em relação à criação de políticas assistencialistas que beneficiem os cidadãos em situação de rua. Esse desdém é facilmente evidenciado nos casos noticiados das "cracolândias". Nesses quadros, o Governo, ao invés de preparar essas pessoas, que vivem em condições desumanas, para receberem um mínimo de educação necessária para ingressá-las no mercado de trabalho, decidiu, simplesmente, varrê-las para um outro local. Dessa forma, o Estado fere os princípios aristotélicos, haja vista que a atitude tomada não resolve o problema.           Ademais, o inacesso à educação contribui para a acentuação da problemática. Conforme a pesquisa realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, (MDSCF) quase 50% das pessoas entrevistadas em situação de rua não possuem, sequer, o ensino fundamental completo. Diante disso, políticas estatais devem ser redirecionadas e empregadas à educação pública para reverter essa realidade vigente, pois consoante Arthur Lewis, investir na educação nunca foi despesa. Sempre foi investimento com retorno garantido.           Conclui-se, diante do exposto, que a população em situação de rua ainda é um problema a ser resolvido. Sendo assim, com o objetivo de minimizar esse revés, urge que o Superministério da Cidadania em conjunto com o Superministério do Desenvolvimento Regional, por meio da captação e excelente optimização dos recursos enviados pelo Estado, promovam políticas públicas assistencialistas direcionadas à integração social e à empregabilidade das pessoas em situação de rua. Ainda assim, para complementar essas medidas, parte da verba deve ser conduzida para a construção de prédios com o intuito de agraciar esses cidadãos com uma moradia digna, enquanto se estabilizam socioeconomicamente. Assim, essa pedra, que é a população em situação de rua, poderá ser removida do caminho social.