Enviada em: 09/07/2019

A corrente sociológica positivista foi criada como uma reação à situação de miséria e epidemias decorrente da revolução francesa e buscava construir uma coesão social. Dessa forma, os positivistas almejavam uma sociedade saudável e livre da miséria. Porém, é lamentável constatar que, hodiernamente, no Brasil, essa coesão almejada séculos atrás não foi concretizada, pois é significativo o número de habitantes em situação de rua no país. Assim, os inúmeros moradores de rua brasileiros sofrem não só com a exclusão social, como também com a maior vulnerabilidade às doenças infecciosas e mentais.       Nesse sentido, o conceito de estratificação social de Karl Max divide a sociedade em duas classes opostas: burgueses e proletários. Nessa conjuntura, analogamente ao contexto brasileiro, os habitantes de rua sofrem com a exclusão social, assim como os proletários. Nesse cenário, essa parcela da população acaba por viver em condições insalubres e sem oportunidades de ascensão social. Exemplo disso é que a maioria desses residentes não possuem formação escolar e vivem na linha de pobreza, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.       Além disso, os ocupantes de ruas estão substancialmente vulneráveis às doenças mentais e infecciosas, como a tuberculose. Nesse contexto, a situação de falta de esperança enfrentada por esse grupo o torna susceptível à depressão, já que, segundo Hipócrates, ela é um estado de medo e desânimo duradouros. Ademais, como vive em ambientes hostis, essa parcela torna-se propensa a adquirir infecções como a tuberculose, por exemplo. Outrossim, essa doença é dez vezes mais incidente no grupo em questão, de acordo com Paulo Lotufo, epidemiologista da USP. Destarte, comprova-se a intrínseca relação entre a situação de rua e as condições precárias de saúde.       Portanto, diante das vulnerabilidades enfrentadas pelos residentes de rua no Brasil, é preciso mitigar essa situação. Para isso, é importante que organizações não governamentais e o Ministério da Educação desenvolvam projetos para que esse grupo tenha possibilidades de ascensão social. Desse modo, seria feita a distribuição semanal de roupas e alimentos nas áreas mais carentes. Além disso, o MEC realizaria a oferta gratuita de cursos técnicos com aulas semanais, por meio de verbas do governo federal. Por fim, é necessário que o Ministério da Saúde ofereça assistência médica à essa parcela populacional por meio da seleção e envio de médicos do Sistema Único de Saúde aos locais com maior quantidade de moradores de rua, previamente mapeados e selecionados, para que ocorra a prevenção de doenças e recuperação da saúde. Dessa forma, seria possível viver em uma sociedade coesa, semelhante a que foi aspirada pelos positivistas.