Enviada em: 29/07/2019

Sob a perspectiva filosófica de São Tomás de Aquino, todos os indivíduos de uma sociedade democrática possuem a mesma importância. No entanto, a contemporaneidade reflete tais fatos de maneira contraditória, uma vez que a população em situação de rua, no Brasil, é marcada por invisibilidade e preconceito, contudo, mesmo após avanços nos direitos dos cidadãos, a situação de exclusão permanece. Dessa forma, faz-se profícuo analisar as razões que tornam essa problemática uma realidade no contexto social brasileiro.      O filósofo Norbert Bobbio afirma que a dignidade humana é uma qualidade intrínseca ao homem, capaz de lhe dar direito ao respeito por parte do Estado . Nessa circunstância, é notório que o poder público não cumpre seu papel enquanto agente fornecedor de direitos mínimos, como o acesso à moradia, uma vez que grande parte da população não exige ações para inibir tal situação por não necessitar. Além disso, a lamentável condição de vulnerabilidade a qual esse grupo é exposto corrobora com a perpetuação do problema, isso revela o despreparo da rede governamental no que tange à inclusão dessa camada. Tal realidade preocupa, pois, a deficitária inclusão social pra com os moradores de rua proporciona maior invisibilidade a esse público, e, consequentemente esse cenário fica oculto a grande parte da população.      Em consequência disso, os moradores de rua encontram dificuldades em vários âmbitos de suas vidas. Um exemplo disso é a difícil inserção destes no mercado de trabalho, devido ao preconceito intrínseco à sociedade brasileira. Vale ressaltar que segundo o Ministério do desenvolvimento social e combate à fome; 48,4% da população em rua, no Brasil, possui o primeiro grau incompleto, assim, a má escolarização desse grupo é um fator determinante para exclusão do mercado de trabalho. Com isso, a sociedade produz concepções errôneas a respeito da população em rua, marginalizado esse grupo e, por conseguinte, causando entraves na convivência social do indivíduo.      Depreende-se, portanto, que o Poder público em parceira com o Ministério do trabalho, proporcione a esse grupo maiores chances de se inserir no mercado de trabalho, mediante a implementação do suporte adequado para a formação acadêmica desses indivíduos, por meio de cursos profissionalizantes, a fim de gerar maior igualdade na qualificação e na disputa por emprego. Ademais , ONG's juntamente com o Governo Federal, devem corroborar com esse processo; a partir da atuação em comunidades, através de campanhas para a criação de abrigos, distribuição de alimentos e agasalhos para as pessoas expostas a essa situação. Assim, respeitando ao que São Tomás de Aquino propôs, será possível garantir uma sociedade igualitária.