Enviada em: 20/08/2019

Segundo Aristóteles, a justiça é o princípio da igualdade. Entretanto, a precária situação dos moradores de rua, fenômeno presente nas grandes capitais brasileiras, contraria o pensamento do filósofo - uma vez que a inexistência de condições básicas de sobrevivência para estes é incompatível com o conceito de equidade. Desse modo, o aumento do desemprego e a inobservância estatal contribuem para intensificar a problemática.          Em primeiro plano, é importante salientar que a dificuldade de se encontrar emprego no país impede a ascensão social dos mais necessitados. Nesse sentido, dados do Ministério do Desenvolvimento Social indicam que 47,7% dos moradores de rua nunca integraram o mercado formal de trabalho. Sob essa ótica, o cidadão, impossibilitado de auferir renda, entra em estado de vulnerabilidade, posto que estes carecem de meios de satisfazer suas demandas - dependendo da caridade alheia para sobreviver. Faz-se necessário, portanto, a dissolução dessa conjuntura.             Além disso, a ausência do Estado, no sentido de prover assistência social aos miseráveis, contribui para a permanência do hodierno cenário nacional. Acerca disso, faz-se pertinente trazer o discurso do físico Isaac Newton, no qual ele conceitua a lei da Inércia: esta consiste na tendência de um corpo em permanecer em seu estado de movimento, quando não afetado por forças externas. Sob esse viés, torna-se evidente a necessidade de uma atuação enérgica do Estado, sem o qual o problema não poderá ser detido.             Infere-se, portanto, que a população em situação de rua no Brasil constitui um grave problema contemporâneo que merece um olhar mais crítico de enfrentamento. Primordialmente, assiste ao Conselho Nacional de Assistência Social promover programas assistencialistas destinados a esse público, por meio da distribuição de alimentos não-perecíveis a serem distribuídos aos indigentes das maiores capitais do país, a fim de garantir a segurança alimentar dessa parcela da população. Em adição, cabe ao Governo Federal criar oficinas de trabalho com o fito de combater o desemprego e gerar renda. Assim, vislumbrar-se-à uma sociedade que enfrente os problemas sociais com justiça - como preconizado por Aristóteles.