Enviada em: 04/10/2017

A barbárie social frente o contratualismo     No Brasil, é comum ver casos de linchamento praticados por um determinado grupo contra outro indivíduo acusado popularmente de cometer um crime. Nesse contexto, é possível afirmar que a justiça com as próprias mãos não só é um problema causado principalmente pela ausência do Estado, como também deve ser combatido.     Segundo o autor do livro "Linchamentos - a justiça popular do Brasil", no país, acontece cerca de um linchamento por dia. Isso se dá por conta do sentimento de impunidade vivido pela sociedade, em virtude da morosidade do sistema judiciário e das falhas do Estado ao combater crimes. É possível ver, por exemplo, estampado nos demais veículos de comunicação, policiais corruptos que contribuem com o tráfico. Desse modo, na presença de um governo incompetente, a sociedade retorna ao "estado de natureza", como analisado pelo filósofo Thomas Hobbes, no qual a justiça é exercida mediante as convicções e consenso individual de cada cidadão.     Entretanto, a barbárie social não seria a melhor maneira de se obter justiça. No momento em que o acusado de um crime é linchado pela população - ato que, em muitos casos, ocasiona a morte desse indivíduo - esse, não tem a mínima oportunidade de provar a sua inocência. Vale salientar ainda, que de acordo com a lei, um réu sempre terá direito à defesa. Assim, o ato de se praticar justiça com as próprias mãos também se converte em crime.     Portanto, para intervir com a barbárie social, medidas devem ser tomadas. Cabe à sociedade, juntamente com ONGs, reivindicar seus direitos, por meio de passeatas, com o intuito de pressionar o Estado a cumprir com o seu dever frente o contrato social, de modo que combata os crimes com mais eficiência. É imprescindível também, que a mídia, por meio da propaganda, conscientize a minoria justiceira de que a barbárie social não é a melhor forma de se obter justiça, afim de que esses, mudem suas atitudes. Assim, haverá um país no qual o contrato social é válido e a justiça é exercida por vias legais.