Enviada em: 03/10/2017

É indubitável que a prática de fazer justiça com as próprias mãos no Brasil está diretamente conexo à violência. No século XVIII, o filósofo John Locke faz relação ao direito do cidadão de se rebelar caso o Estado não cumpra com suas obrigações, consequência do que acontece com os "justiceiros", uma vez que para eles o Estado é ineficiente em punir infratores da lei. Nesse contexto, surge a problemática em questão que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela ineficácia de leis, seja pela insuficiência do governo.   Primordialmente, a prática de fazer justiça com as próprias mãos no Brasil advém de diversos precedentes, entre eles destaca-se a ineficácia de leis que está correlatado com o poder executivo, em rezão de haver leis que ditam punir, mas o problema está na falta de executa-las, o que causa a sedição da população. Com ênfase, os chamados linchadores, são indivíduos que age de forma violenta contra infratores pois não acreditam na justiça do Estado e o julga ineficiente, contudo esse ato é problema de alta gravidade já que muitas pessoas são mortas acusadas de crimes que não cometeram pagando com a própria vida a divida de outra pessoa.   Em segunda instância, também dão subterfúgios ao quadro vigente insuficiência do governo quanto a demora para julgar os casos que mais instiga ação dos "justiceiros". Nesse cenário, destaca-se o caso de um caminhoneiro  acusado de violentar duas crianças no Estado do Paraná foi espancado até a morte por moradores, depois de investigações confirmou sua inocência mas o pior já acontecera. Assim como esse caso, a ocorrência de semelhantes é diária e a demora da justiça do Estado corrobora para a persistência do impasse.   De modo exposto, percebe-se que a prática de fazer justiça com as próprias mãos é um problema e carece ser solucionado. É mister, portanto, que os Juízes com seu poder Judiciário através de investigações, julguem os crimes aplicando punição aos infratores com o objetivo de não haver intervenção de justiceiros. Ademais, é de suma importância que o Estado crie leis mais eficientes que condene o ato de justiceiros e punições mais severas a agentes de crimes de todas as ordens favorecendo a execução do Judiciário, pois os casos são julgados de acordo com as regras das leis. Por fim, é imperioso que a mídia, por meio de novelas, seriados e redes sociais transmita e propague  a necessidade da conscientização social em relação a violência que está diretamente correlatado ao ato dos justiceiros e que a justiça deve ser executada baseada em leis e é dever somente do Estado, como Jean Paul Sartre explanava, a violência seja qual for a maneira que ela se manifeste sempre será uma derrota.