Enviada em: 03/10/2017

No mundo de "Death Note" - anime japonês - Light Yagami recebe um caderno que lhe concede o poder de matar um indivíduo pela simples escrita de seu nome. Percebendo o mundo como violento e injusto, Light decide mudá-lo assassinando qualquer um que ele julgue ser criminoso. Fora das telas, a prática da justiça com as próprias mãos é algo corriqueiro na sociedade brasileira. Averiguando suas consequências que contrariam os Direitos Humanos, torna-se necessário combater suas principais causas, sendo elas culturais e governamentais.   Em primeiro plano, vale ressaltar a prática de castigos físicos  na educação evidenciada como fator fundamental para uma cultura violenta. Dessarte, caso uma criança conviva em uma realidade em que um erro seja motivo de punição física, é extremamente expectável que esta venha a resolver seus futuros problemas, enquanto cidadão, a partir do uso da violência. A Lei da Palmada, por exemplo, recebeu muitas críticas de progenitores conservadores desse tipo de cultura por impedir agressões físicas como modo de educação familiar. Sob essa perspectiva, o filósofo Jean Paul Sartre afirma que a violência, seja qual for a maneira em que ela se manifesta, é sempre uma derrota. Com efeito, cabe ao Governo Federal impedir a sustentação da problemática combatendo a formação de uma cultura violenta desde a infância do cidadão.    Ademais, convém frisar a questão governamental na análise da problemática. Segundo Thomas Hobbes, em sua teoria contratualista, "o homem é lobo do próprio homem", sendo necessário, dessa forma, a existência de um Estado forte, justo e presente para garantir a segurança e o bem-estar dos cidadãos. Todavia, no Brasil hodierno, essa perspectiva está longe de ser alcançada. Nos centros urbanos, por exemplo, os índices de violência são extremamente altos e, constantemente, toda população sofre com assaltos, agressões físicas e verbais e até mesmo brigas com armas de fogo. Por conseguinte, uma parcela da população deixa de esperar a ação do Estado e começa resolver seus problemas por si próprio, ou seja, "olho por olho e dente por dente".    Em virtude do que foi mencionado, impõem-se medidas para resolver o impasse em vigor. Maximamente, o Ministério da Educação, em parceria com instituições midiáticas, deve investir em propagandas e campanhas nas mídias televisivas mostrando a população as consequências sociais de uma educação baseada na violência como punição, conscientizando, assim, as famílias que usam essa prática. Outrossim, os Governos Estaduais devem aumentar as patrulhas da Policia Civil, tal como o número de delegacias em áreas com grandes índices de violência, dando total suporte para os cidadãos. Só assim, o Brasil tornar-se-á um país mais justo e menos violento.