Enviada em: 19/10/2017

O cangaço é um dos maiores exemplos de justiceiros no país, o seus integrantes lutaram contra a grande desigualdade e a fome, no entanto, infringiam a lei e, muitas vezes, praticavam injustiças. Nesse contexto, no Brasil atual a cena se repete, o país é campeão mundial no que diz justiça com as próprias mãos. Dessa forma, por um lado tem-se o crescente sentimento de impunidade e de querer vingança contra a violência, por outro lado, a injustiça contra a dignidade humana.         O artigo 5 da Declaração dos Direitos Humanos, DDH, ao qual o Brasil é signatário, alega que todo cidadão tem direito a igualdade e repudia qualquer ato de tortura, passado quase 70 anos de sua criação ele continua a ser violado, principalmente por aqueles que não acreditam na justiça do Estado e preferem fazer por suas próprias mãos. Prova disso são casos que repercutiram no país, como do garoto que tentou furtar uma casa em São Paulo e foi amarrado e apedrejado, ou do garoto de 17 anos que teve sua testa tatuada "sou ladrão e vacilão" após tentativa de roubar uma bicicleta, ambos são negros, cresceram sem o nome do pai na certidão e tiveram poucas oportunidades na vida. Nesse sentido, a ineficácia das atitudes violentas deixaram marcas profundas em jovens que desde cedo passaram por grandes dificuldades, deixando claro que o dever de punir é do Estado.         Essa atitude que coloca o princípio de Talião em questão, "olho por olho, dente por dente" pode também, além das atrocidades, condenar pessoas inocentes. Desse modo, casos como do professor de história da periferia do Rio de Janeiro que foi confundido com um bandido, amarrado em um poste, e torturado não foi morto pela chegada dos bombeiros, estes que ainda o fizeram falar sobre a revolução francesa para que realmente alegasse que não era o criminoso. Tamanha humilhação além da ironia ao ter que pronunciar os lemas da revolução: Liberdade, igualdade e fraternidade aos quais nenhum foi usado a ele demonstra que a sociedade não deve tomar em suas mãos o poder de julgar e condenar alguém e que deve-se educar a todos com pauta no respeito e tolerância.       Dessa forma, cabe ao Governo, por meio do Ministério da Justiça, aumentar a quantidade de fóruns e vagas para profissionais que atuam na área jurídica a fim de fortalecer a punição e não deixar nas mãos da sociedade, além, de criar maiores oportunidades a jovens e adultos e também a ex-presidiários para que possam voltar a sociedade e terem trabalho, isso poderá ser feito dando desconto em impostos a empresas que os empregarem. Cabe ainda ao Ministério da Educação inserir no projeto do Novo Ensino Médio a disciplina de educação social, na qual tenha como base o DDH e possa levar desde cedo aos jovens que não se deve ferir os direitos do outro, podendo também usar as salas de aula em período noturno para educar os país sobre esse tema.