Enviada em: 06/10/2017

A ocorrência de fenômenos de linchamento, ou seja, a prática popular de querer fazer a justiça com as próprias mãos apresenta-se em crescimento nos últimos anos no Brasil. Tais ondas de ódio se resumem numa tentativa precipitada e equivocada de parte da população em suprir a ineficiência das instituições. Assim, essa nefasta situação, que precisa de soluções, tem na inoperância da Polícia e da Justiça a causa para o fenômeno que degrada a sociedade, produzindo vítimas e mais violência.     De fato, é na periferia onde ocorre a maioria dos casos de linchamento, justamente onde os serviços públicos se fazem menos presentes. Tal relação exemplifica-se na demora da Polícia para atender certos crimes, como roubos, em áreas mais pobres do que em condomínios. Outro fator complicador é a incredibilidade que muitos brasileiros têm quanto à Justiça, em vista de sua lentidão e de sua baixa efetividade na resolução dos crimes. Por conseguinte, o cidadão sente-se desprotegido e sem perspectiva na ação dessas instituições.    Consequentemente, qualquer barbárie ou suspeita de crime podem provocar o desejo de realização da justiça com as próprias mãos sobre as pessoas. Dessa forma, suspeitos são linchados, podendo sofrer torturas ou, até mesmo, serem mortos durante o justiçamento. Aliás, há casos em que as vítimas linchadas não tinham cometido nenhum crime. Logo, isso só demonstra o perigo dessas atitudes inconsequentes que se propagam como uma onda, estimulando a vingança e violência pela sociedade.     Destarte, fica evidente que o Estado deve aprimorar suas instituições a fim de que não ocorra mais linchamentos. Para tanto, é necessário que o Executivo invista num melhor policiamento por meio de mais treinamento e preparo na formação de policiais pra que sejam mais ágeis no atendimento à população. Quanto ao poder Judiciário, é preciso que ele seja hegemônico na justiça, de forma a penalizar eficiente e corretamente os criminosos, bem como os atores de justiçamentos, já que, assim, ambos tendem a ficar inibidos de praticar a violência, cessando a onda de ódio.