Enviada em: 10/10/2017

Segundo a Sociologia, apenas o Estado é detentor do monopólio do uso da violência de forma legítima. Contudo, na contemporaneidade, ainda se faz presente a prática da justiça com as próprias mãos, a qual pode ocasionar, por exemplo, a morte de inocentes. Fatores de ordem administrativa e ilegítima caracterizam a problemática no Brasil.     Conforme defende o filósofo Thomas Hobbes, no estado de natureza havia caos e guerra, por isso era necessário que as pessoas abdicassem do seu poder para a criação de um Estado, por meio de um contrato social. Tal teoria, apesar de defender o absolutismo, se aplica ao fato de que a justiça com as próprias mãos gera desordem e conflitos na sociedade. Isso pode ser corroborado pelo livro "O Cortiço", no qual o personagem Jerônimo assassina outra pessoa, gerando sentimento de vingança pelos amigos da vítima e levando a um briga entre dois cortiços rivais. Dessa forma, é preciso respeitar o papel do Estado como garantidor da paz.      Outrossim, a falta de um julgamento legítimo, apurado por parte das pessoa ocasiona mais injustiça. Uma vez que a população não apresenta a mesma capacidade de julgamento em relação ao poder Judiciário, esses indivíduos são mais suscetíveis ao erro. Este pode ter como consequência a punição de um inocente. Tal fator pode ser ratificado pelo que ocorreu em Guarujá com uma mulher que foi espancada até a morte, por ter sido confundida pelos moradores com uma sequestradora de crianças.     É notória, portanto, a relevância de fatores de cunho administrativo e legítimo na temática supracitada. Nesse viés, cabe ao governo investir em um sistema judiciário mais efetivo, a fim de mitigar a insatisfação popular e, consequentemente, a necessidade de fazer justiça com as próprias mãos. Tal medida pode ser efetivada por meio de reformas nas estruturas arcaicas desse poder. Ademais, é preciso que a escola, em parceria com a família, conscientize os jovens acerca dos malefícios de tal prática para o próprio convívio social. Para isso, é fundamental a realização de palestras, trabalhos dinâmicos, diálogos esclarecedores e debates em sala de aula.