Enviada em: 13/10/2017

Foi-se o tempo em que competia aos próprios indivíduos a defesa de sua integridade e de seus bens. As sociedades se estruturaram de modo que o constante medo de antes fosse aliviado oferecendo ao estado a responsabilidade da proteção de seus cidadãos. Entretanto, há aqueles que afirmam que tal defesa nem sempre é eficaz, sendo necessário ações diretas e pessoais. Todavia, tal atitude pode se enveredar para juízos de valores incompatíveis com a lei e provocar manifestações violentas.        Ao decidir-se fazer justiça com as próprias mãos, o indivíduo pula diversas etapas essenciais que visam assegurar a legitimidade da situação. Como não há uma devida investigação, com apuração de fatos seguido de um julgamento, o ator da medida corre o risco de acusar alguém inocente. O que não é raro, visto que ele está reagindo no calor do momento sendo ele próprio a vítima. Isso sem entrar no campo da discussão a cerca dos preconceitos que o cercam, que podem levar a uma acusação de caráter difamatório.       Outro resultado dessa forma ilegal de justiça é o nível de violência que tais manifestações podem adquirir. São comuns os casos de linchamentos envolvendo um grupo de pessoas que se aglomeram ao redor do acusado punindo-o de maneira desumana. Dentro de um coletivo, as pessoas não se sentem particularmente responsáveis por seus atos. E esse sentimento de liberdade e impunidade pode estimular o ser humano a adotar uma postura primitiva, que acreditando fazer a coisa certa, descarrega todo o seu ódio em ações que ultrapassam a linha dos direitos humanos.       Dessa forma, é de suma importância que medidas sejam tomadas de modo que tais atitudes não sejam toleradas. A nível de estado, o Ministério da Justiça deveria ser mais rígido com relação à pena daqueles que praticam atos em legítima defesa. ONGs e Escolas podem realizar campanhas valorizando o trabalho dos agentes de segurança para que a população passe a confiar mais nestes. Quem sabe assim, a sociedade seja capaz de se livrar de barbáries que ainda assolam o Brasil.