Enviada em: 23/10/2017

Na Alemanha de Hitler, os nazistas entendiam que era justo torturar e matar judeus, considerando-os como raça inferior e principais culpados pela crise que o país vivia. Realmente, em tempos difíceis as tensões aumentam e, a ausência de um governo capaz de solucionar as demandas sociais dá abertura para ação de indivíduos que desejam praticar sua própria justiça. Isso tem sido um problema no Brasil. A questão é que quando não há respeito pelos princípios legais, oque se estabelece não é justiça mas sim atos de ódio e vingança.       Em primeiro plano, seria interessante pensar no que queria dizer Thomas Hobbes ao falar que o homem é o lobo do homem. De acordo com esse filósofo, sem a tutela do Estado para mediar os conflitos humanos, a sociedade se tornaria um completo caos. De fato, confirmamos a perspectiva de Hobbes ao observar os atos de vandalismo, linchamentos, assassinatos, dentre outros, presentes na sociedade brasileira. Tais atos, advém de uma parcela da população que inconformada com alguma questão, permite-se fazer o que acredita ser melhor, indo contra as leis que regem o estado de bem estar social, estabelecendo assim a barbárie e não o direito.        Ainda nesse contexto, é preciso refletir sobre o alto risco da chamada "justiça com as próprias mãos" se degenerar em crimes de ódio. O perigo é que quando as pessoas fazem das emoções de insatisfação, desespero e revolta as leis que irão reger suas atitudes, cria-se um ambiente de guerra onde é impossível haver justiça, acarretando em atos de crueldade e desordem. Isso acontece pela não utilização do aparato jurídico para que, de forma racional e com respeito aos direitos humanos, estabeleça-se a resolução dos conflitos e punição dos culpados.     Perante tal panorama nacional onde diversos embates sociais tem dado abertura a ações descabidas, vistas por alguns como justiça própria, medidas precisam ser tomadas. Seria interessante haver por parte do Terceiro Setor, campanhas de conscientização que utilizassem os diversos meios de comunicação como rádio, mídias televisivas e internet, para alertar a população acerca das consequências da falsa noção de justiça. Além disso, o governo necessita transmitir à população uma maior confiabilidade em sua capacidade de gerir os problemas da sociedade. Para tanto, poderia ser feita uma reformulação do sistema judiciário, implantando métodos para agilizar o tramito dos processos legais, diminuindo o tempo até as decisões judiciais.