Enviada em: 26/10/2017

Segundo Weber, o Estado detém o monopólio do uso legítimo da força, sendo vedado seu uso por qualquer outro agente, sob pena de dano à ordem. Porém, não obstante o exposto, a prática de justiça com as próprias mãos vem ocorrendo com frequência em terras tupiniquins. Destarte, é preciso conhecer as causas de tais ações para erradicá-las eficazmente, uma vez que configuram prejuízos aos Direitos Humanos.      Primeiramente, é de suma importância destacar a correlação entre a  negligência do Estado ao garantir a segurança e os índices de linchamento. Onde a ausência de amparo estatal é sentida, com destaque às regiões periféricas, as chances de violência pretensamente reativa aumentam exponencialmente, posto que a população se vê obrigada a resolver seus dilemas por conta própria. Consequentemente, há nessas localidades situação análoga à descrita por Hobbes em seu estado de natureza, no qual a ameaça de agressão, devido à ausência de uma ordem comum, culmina com temor constante.    Ademais, a postura sensacionalista da mídia colabora para o agravamento da problemática. O destaque exacerbado que os veículos de comunicação dão aos casos não resolvidos, em detrimento dos muitos que recebem a punição adequada, corroboram para a sensação coletiva de impunidade e estimulam novas ações violentas. Prova disso são os vários programas policiais, os quais potencializam o panorama da criminalidade no Brasil e, não raro, incentivam a morte dos acusados.     Portanto, medidas são necessárias para a solução da problemática. O governo deve liberar verba para a instalação de novas unidades de polícia, sobretudo na periferia, a qual deve efetuar rondas constantes, de modo a reduzir a insegurança nessas áreas. Já a mídia pode dar destaque em seus programas aos crimes que foram solucionados, bem como abolir o discurso de que "bandido bom é bandido morto". Somente assim será possível acabar com essa derrota que, segundo Sartre, é o que a violência é de qualquer forma que se manifeste.