Enviada em: 31/01/2018

A base da sociedade é a Justiça         Segundo o escritor François Chateaubriand, a justiça é o pão do povo: sempre dela está faminto. Diante do descrédito com o Poder Judiciário no Brasil, aliado a burocracia dos processos e aplicação da jurisdição aos infratores, muitos cidadãos se mobilizam para efetivarem a justiça com as próprias mãos.        Comumente, os crimes de ódio popular manifestam-se pela justiça com as próprias mãos e são destaque nos telejornais e redes sociais no Brasil.  Tal prática corrobora para o aumento da violência urbana, e simultaneamente, consequências deletérias à sociedade. Diante dessa problemática, cabe ao Estado, e a sociedade inferir esforços para atenuá-la progressivamente.         Cabe ao Estado, no âmbito do Poder Legislativo e Judiciário, garantir justiça, por meio da revisão dos procedimentos burocráticos e leis coercitivas, bem como aplicação da jurisdição rápida e efetiva. Além disso, investir em segurança pública, mediante ampliação de postos e intensificação de rondas policiais nos bairros e centros comerciais, capacitação periódica e treinamentos de conduta ética dos policiais, adoção de meios tecnológicos modernos que permitam incentivar e otimizar denúncias, identificar rapidamente os infratores, e concomitantemente, atuação efetiva. Do mesmo modo, investir em educação, adotar estratégias e políticas públicas para reduzir o desemprego e as desigualdades sociais.         Urge as entidades educativas, associações comunitárias e a sociedade  que se mobilizem no fomento de práticas mitigadoras, tais como: palestras de direitos e deveres do cidadão, repúdio aos crimes de justiça com as próprias mãos nas escolas e associações de bairros, denunciar práticas dessa violência aos órgãos competentes, cobrar do Estado a segurança pública garantida na Constituição Federal.        Ademais, as leis com caráter coercitivo para os infratores devem ser reformuladas, e tornar-se pedagogicamente educativa. Diante do exposto, acredita-se que com a ação conjunta da tríade Estado, educação e sociedade alcançar-se-á progressivamente a erradicação da justiça com as próprias mãos, e consequentemente, amenizará as causas e consequências da violência à sociedade. De acordo com o filósofo Aristóteles "a base da sociedade é a justiça; o julgamento constitui a ordem da sociedade: ora o julgamento é a aplicação da justiça".