Enviada em: 02/02/2018

A onda de insatisfações com a impunidade do Estado tem sido retratada com práticas desumanas de vingança. No Brasil, apresentamos, pelo menos, um caso de linchamento por dia, e na maioria das vezes, o ato é feito pelo simples desejo de que o outro sofra até morrer e não que aprenda para que se torne um cidadão melhor. Concordo com o filósofo grego Epicuro que disse que a justiça é a vingança do homem em sociedade e a vingança é a justiça do homem selvagem. Esses atos não comportam princípios e leis de uma sociedade. Todo ser humano tem direito a lei e cabe ao Estado determina-las para  que haja justiça e o reconhecimento da verdade. Como disse Voltaire "É melhor correr o risco de salvar um homem culpado do que condenar um inocente". Infelizmente, muitos inocentes já foram torturados e mortos por pessoas que julgavam estar fazendo o certo. Inocentes, que na maioria das vezes, são cruelmente violentados por serem considerados fora do padrão da sociedade. Geralmente, os alvos são os negros, os moradores de rua, os travestis e tantos outros excluídos do sistema. A manifestação de ódio pode gerar o aumento de crimes e o desejo de vingança. Por vezes, ser vítima de um assalto, estupro ou qualquer outro tipo de violência,  pode nos levar a fazer justiça com as próprias mãos. No entanto, tudo isso pode se tornar um ciclo vicioso e um crime acaba sendo justificado por outro crime. Enfim, agir conforme leis próprias e estimular atos de barbárie são práticas individualistas que não ajudam a sociedade a progredir. Nosso objetivo deve ser o bem coletivo e, para que o haja, devemos permitir que o outro seja julgado de acordo com o crime cometido e que, assim, ele possa aprender com os seus erros. Dessa maneira, estaremos agindo de uma forma justa, íntegra e em comunidade.