Enviada em: 30/01/2018

É indubitável que os problemas sociais do Brasil não são apenas de ordem política, mas também moral. A apropriação da justiça é um fator histórico, como nas religiões nórdicas, que detinham o enfrentamento à justiça divina como responsabilidade do homem. No que tange aos tempos hodiernos, especificamente no Brasil, a necessidade de criar a justiça pelas próprias mãos é reforçada pela fragilidade da segurança por parte do Estado, juntamente com a ascensão de ideologias radicais que provém do radicalismo.     Preliminarmente, é fundamental entender que a Constituição cidadã de 1988 respalda de segurança os seus cidadãos, independentemente do seu pensamento ou corrupção. No entanto, consoante Hobsbwan, o sentimento de abandono da sociedade por parte do Estado urge a imposição de uma justiça regional, ou o ''banditismo social''. Dessa forma, a idealização de heróis como Batman e Zorro é feita para reconfortar o cidadão e intensifica de forma involuntária, principalmente em jovens pobres, a coragem de fazer a justiça, como assaltos e julgamentos. À vista disso, é premente, por parte do Estado, a reflexão sobre as formas de julgamentos a esses atos, por conseguinte, de forma preventiva, o investimento em educação tendendo a catalizar esse conflito.    Outrossim, as mudanças também devem partir por meio da própria sociedade. De acordo com a cientista política Chantal Mouffe, a pluralidade social e política são fatores intrínsecos, pois os ''atos de poder'' dos cidadãos refletem na forma de praticar política. Dessa forma, fica claro que a necessidade, por meio moral, de criar justiça esbarra na liberdade de pensamento e expressão do próximo, como ocorrido com Dandara, travesti assassinada em 2017, que foi violentada por não se adequar aos valores do local. Sendo assim, fica claro a importância da diversificação ideológica, entretanto, que seja acompanhada com respeito aos valores de democracia, visto que uma expressão autoritária pode, perigosamente, ser atribuída como lei.   Fica evidente, portanto, que se deve evitar a fragilidade da segurança e da consciência do cidadão. Para tanto, é caráter das polícias estaduais, juntamente com o Ministério da Justiça, punir tais justiceiros com maiores fianças e penas para sua liberdade, à proporção que seja feita um reciclamento com punições educativas, como ações sociais e aulas de cunho cívico obrigatórias, no intuito de coibir o cidadão a praticar essa forma de crime, uma vez que tais ações preventivas incentivem a educação e diminuem tanto o índice de criminalidade, quanto a remediação com policiamento.