Enviada em: 05/02/2018

O Brasil enfrenta uma era de diversas frustrações, alto índice de criminalidade, corrupção, aumento da disparidade social e a ineficiência do Estado em diversos âmbitos. Diante deste cenário, reações adversas preocupantes como banalização da violência e o descrédito na justiça, levam a sociedade a acreditar que ações como justiça com as próprias mãos e atos ilegais são corretos.       As diversas falhas do Estado vem proporcionando a população um sentimento de impotência e impunidade. Leis não aplicadas, falta de assistência na saúde, educação e a crescente desigualdade social acentuam problemas como a violência. O jovem que nasce em uma família com péssimas condições financeiras, que não tem acesso a educação de forma adequada e vive em local de alto índice de criminalidade, possui grandes chances de ser agente ativo desta violência. Infelizmente, atualmente, esta situação é vista como "normal", onde a vida está cada vez mais banalizada e a sociedade cada vez mais bruta, evidenciando um retrocesso nas ações humanas.        O aumento do tráfico, da criminalidade e dos crimes bárbaros, vem gerando revolta e levando os cidadãos a atitudes extremas, contribuindo para a condição de sociedade violenta. Como consequência desta revolta, casos de agressões a pessoas que cometeram atos ilícitos vem aumentando, sendo defendida sob a bandeira de "justiça com as próprias mãos". Então questiona-se, afinal, o que é justiça? Diante de tantos erros, conceitos estão sendo deturpados e muitos estão confundindo legítima defesa com atos criminosos. O poder judiciário está para julgar o ato, a infração, o que é direito e correto com base nas leis, a conduta deste cidadão. Revidar a violência com mais opressão é remontar aos tempos primórdios e buscar implantar uma nova versão do código de Hamurabi, o que tornaria a sociedade mais embrutecida. Parte desta reação é reflexo da ação do governo e da polícia, que, na ausência da efetividade das leis, utiliza-se da força para tentar controlar e  torna-se espelho para os que estão frustrados, levando-os a acreditar que este é o caminho mais adequado.        A violência não é um problema a ser analisado de forma isolada. Governo e organizações sem fins lucrativos devem focar na melhoria da educação pública, em estrutura e profissionais (é de suma importância a conscientização de que a violência não deve ser revidada). Investir também em setores de inteligência afim de combater tráfico e milicias, que se aproveitam da condição social dos jovens e os utilizam como "instrumento" da marginalidade. Tornar as leis mais exequíveis estruturando melhor o judiciário. Manter e aumentar os projetos sociais que ajudam a retirar jovens da criminalidade. São apenas algumas ações mas que podem impactar positivamente no futuro.