Enviada em: 25/07/2019

No século XIX, quando a corte imperial portuguesa se viu pressionada a deslocar-se para o então território colonial do Brasil, iniciou-se o Período Joanino. Marcado por intensas reformas de modernização, esse período também foi conhecido pelo nascimento da impressa brasileira, antes proibida sob a ameaça de disseminação de ideais de independência. Nesse sentido, a jovem mídia, ainda subordinada ao rei de Portugal, apresentava um tímido teor de sensacionalismo, mas, que, ao longo dos anos, seria aval na expulsão de D. Pedro I. Entretanto, o uso desse recurso no jornalismo tem representado controvérsias acerca do compromisso da veiculação de informações no Brasil.   É indubitável que a presença do sensacionalismo remete ao um engajamento maior dos noticiários. O exemplo mais recente disso pode ser observado na prisão do ex-presidente Michel Temer, em maio de 2019, que representou um choque ao público, e, consequentemente, uma ilusão de justiça acerca da política brasileira. O que não ganhou notoriedade, contudo, foi o fato de que o ex-presidente permaneceu apenas seis dias em sela, e logo foi liberado para sua casa em São Paulo, ato que revela a jurisprudência do jornalismo acerca das manchetes impressionistas. Assim, percebe-se que há impasses no que tange a confiabilidade dos conteúdos midiáticos brasileiros.   Por outro lado, a conscientização da sociedade em relação a esse problema tem gerado mudanças na obtenção de notícias. Depois da explosão das fake-news na atualidade, instituições e sociedade tem se tornado cada vez mais capazes de identificarem conteúdos nocivos não só a verdade, como também ao seu teor de exagero. Dessa forma, foi possível reconhecer assuntos que, propositalmente, alteravam fatos para ganhar mais destaque ou foco, ato que proporcionou mudanças benéficas na propagação de informações, como a atualização do Whatsapp que exibe o encaminhamento de mensagens, maioritariamente impressionistas.  Assim, a colaboração dos setores de informação vem se unindo para combater o dilema das ramificações que as notícias oferecem à falaciosos.    Torna-se claro, portanto, que a questão sensacionalista da imprensa brasileira necessita de profundas adaptações. Para tal, urge que Governo e sociedade exijam imparcialidade da mídia - de forma a denunciar propagandas viciadas e a adotar medidas de verificação de vericidade -, através da regulação de medidas contra a ideologia implícita e da correção de títulos mal colocados em nota. Desse modo, a consolidação de uma impressa livre de dogmas ideológicos será possível à formação de uma sociedade mais engajada e consciente acerca do mundo ao qual está inserida.  Assim, fazendo valer tais medidas, o desenvolvimento do jornalismo brasileiro possa ser nitidamente fiel ao seu compromisso, roubado em seu nascimento.