Enviada em: 25/08/2019

O jornalismo encontra, no Brasil, uma série de adversidades. Essa constatação pode ser comprovada por meio de dados divulgados pela Revista Época, os quais demonstram que o Brasil é o país com o segundo maior índice de confiança na mídia. Nesse sentido, alguns veículos de comunicação buscam nutrir um público com notícias baseadas na arbitrariedade e falta de conhecimento da população.   Convém ressaltar, a princípio, que o perfil irrefletido de alguns jornalistas é um fator determinante para a persistência do problema. Conforme Pierre Bourdieu, o que foi criado para ser instrumento de democracia não deve ser convertida em mecanismo de opressão. Nessa perspectiva, pode-se observar que a mídia, em vez de promover debates que elevem o nível de informação da população, influencia na consolidação do problema. Visto que, o caráter de algumas mídias, - que visam manter audiência através do estarrecimento da população - levam a propagação de notícias que ainda não foram efetivamente comprovadas e que comprometem a integridade do acusado. Desse modo, podem acarretar em uma interpretação errônea e radicalizada de temas, com um culpado já delineado.   Outrossim, a deficitária base educacional no país, é um grande impasse para a resolução da problemática. Nesse sentido, o filósofo Schopenhauer defende que os limites do campo de visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo. Isso justifica outra causa do problema: se a população canarinha não possui conhecimento sobre a ética jornalística e não consegue interpretar as diferentes áreas do conhecimento, dificilmente conseguirá diferenciar um meio jornalístico sério e respeitoso que vise a informação, de um que só busque propagar escândalos independente da notícia ser real ou relevante. Assim, se as pessoas não têm acesso à informação séria sobre determinados assuntos, terão uma visão limitada e suscetível à manipulação.   Torna-se imperativo, então, desenvolver medidas que ajam sobre o problema. Assim, especialistas no assunto, com o apoio de ONGs também especializadas, devem desenvolver ações que revertam a má influência midiática e seu sensacionalismo. Tais ações devem ocorrer nas redes sociais, por meio da produção de vídeos que alertem sobre as reais condições da questão, para que se evidencie os fundamentos de um jornalismo íntegro, que trás fatos verificados e de forma imparcial. É possível, também, criar uma "hashtag" para identificar a campanha e ganhar mais visibilidade, a fim de conscientizar a população sobre as consequências do tratamento que determinados canais de comunicação dão ao assunto. A partir dessas ações, espera-se promover a construção de um Brasil melhor.