Enviada em: 21/08/2019

No século XX, ocorreu a Revolução Técnico Científica que possibilitou a conectividade da humanidade. Nesse contexto surgiu a internet, local que, geralmente, não há proteção das informações pessoais dos cidadãos. Nessa perspectiva, o Brasil ainda se mostra atrasado na proteção de dados cibernéticos, visto que a preservação de informações de cunho particular é quase inexistente no país. Com efeito, para reverter essa lógica e direcionar o país na segurança efetiva de dados, deve-se analisar como a omissão escolar e a negligência do Poder Público influenciam na problemática.    Em primeiro plano, evidencia-se que o imobilismo da escola sobre a questão potencializa o problema. A esse respeito, de acordo com Paulo Freire, a escola não deveria se limitar apenas reprodução de conteúdos pragmáticos. Para o pedagogo, o ambiente escolar deve focar na capacitação dos indivíduos nas diversas habilidades que a vida exige. Contudo, por não seguir o modelo freiriano, a escola não ensina os cidadãos como esses podem proteger seus dados na internet, o que resulta em uma sociedade que cedes suas informações pessoais com certa facilidade. Dessa forma, para o Brasil possuir uma maior seguridade de dados, faz-se necessário que a escola direcione a sociedade para a devida proteção de seus dados particulares.    De outra parte, o descaso do Poder Público para com a questão impede que o país experimente a ampla proteção de dados. Nesse viés, em 2016, a empresa "Cambridge Analytica" vendeu os dados de 90 milhões de cidadãos norte americanos usuários do facebook. Essas informações foram usadas para influenciar as eleições nos Estados Unidos. Essa realidade não está distante do Brasil, uma vez que, como o país não possui legislação em vigor sobre a proteção de dados, as empresas coletam e usam as informações pessoais dos indivíduos para direcionar propagandas específicas e, portanto, manipular decisões. Logo, é imprescindível desconstruir essa inércia do Estado brasileiro para sanar um dos maiores problemas da modernidade: a desproteção de dados pessoais.    Urge, dessa maneira, ações para colocar o país em uma posição de destaque na proteção de informações de seus cidadãos. Para isso, o Ministério da Educação deve, em parceria com secretarias municipais, promover, por meio de aulas temáticas, o ensino da proteção de dados para os alunos, para que esses aprendam como preservar seus dados no mundo virtual. Ademais, cabe ao Poder Executivo, por meio da criação de órgãos fiscalizadores, aplicar multas em empresas que recolhem e utilizam informações pessoais da população para direcionar propagandas e aumentar seus negócios, com o intuito de limitar essa ação das companhias e potencializar a preservação de dados restrito da sociedade civil. Assim, o Brasil caminhará em direção à segurança de dados.