Segundo o filósofo Byung Han, no cenário hodierno, o indivíduo não é soberano de si mesmo. Com efeito, essa ideia mostra-se, sobretudo no Brasil, efetivada, já que os dados cibernéticos dos brasileiros são recorrentemente passíveis a invasão de empresas, que, nesses casos, se tornam donas dessas informações individuais. Ante isso, convém analisar a notável atuação do Estado visando assegurar a proteção dessas propriedades virtuais, tal qual a superexposição da sociedade civil, que põe em risco essa soberania. Em primeiro plano, é mister salientar que ações com fito de salvaguardar a proteção supracitada alude a importância dada pelo Estado à questão. Conforme o jornal "Correio Braziliense", o Ministério Público realiza constantes empreitadas a fim de sanar o comércio ilegal de informações de brasileiros. Paralelamente, o Legislativo elaborou a "Lei Geral de Proteção de Dados", que visa defender a soberania dos indivíduos em relação a tais propriedades cibernéticas. Desse medo, tais dados corroboram o afã das atividades governamentais no sentido de assegurar a proteção desses dados, as quais subsidiam o combate desse comércio criminoso que ocorre no mundo virtual. Entretanto, a exposição em demasia da comunidade brasileira nas redes cibernéticas fomenta a insegurança de seus dados. De acordo com o sociólogo Manuel Castells, a humanidade vive, atualmente, em uma "comunidade virtual", na qual compartilha rápida e constantemente suas informações pessoais. Nesse sentido, criminosos informacionais - "hackers"- e empresas, por exemplo, ao adentrarem no mundo cibernético podem facilmente acessar os dados expostos- como localização e documentos- pelos indivíduos. Em suma, urge a mudança do panorama brasileiro vigente. Com esse fim, o Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio de verbas públicas, deve realizar "workshops" em escolas e universidades brasileiras com a temática "proteção de dados". Nesses eventos, profissionais formados na área de tecnologia informacional devem ensinar à população civil maneiras de expor menos, na internet, seus dados, bem como informações que devem ser ocultadas, de modo a minimizar a ação de "hackers", por exemplo. Com tal medida, enfim, poder-se-á desvincilhar o pensamento do filósofo Han da sociedade brasileira, a qual alcançará a autonomia integral de seus cidadãos.