Enviada em: 27/07/2018

A Constituição Federal de 1988, norma de maior hierarquia, assegura o direito à adoção. Entretanto, a grande porcentagem de crianças em lares adotivos e indivíduos tentando adotar, mostram que há uma incoerência entre Estado e sociedade. Ademais, o sociólogo Emile Durkheim, conceitua sobre a necessidade de compreender a sociedade, para assim, entender o indivíduo. Com isso, é visível que existe um perfil da criança a ser adotada, e da criança tencionada pelos adotantes. Em primeiro plano, o próprio processo histórico da Grécia Antiga, retrata aspectos imorais, nos quais, relatou-se a venda de filhos, no intuito de quitar dívidas. Acreditava-se que os filhos deviam pagar pelos erros dos pais. Na contemporaneidade, é evidente que os lares adotivos, são como mercados, que os casais escolhem a criança fundamentada em um perfil já formado por eles.  De outra parte, o sociólogo Zygmunt Bauman, evidencia em ‘’Modernidade Líquida’’, que o individualismo é um dos problemas da atualidade. Com isso, podemos observar que as pessoas são incapazes de tolerar as diferenças. Outrossim, a questão da adoção no Brasil, evidencia uma sociedade formada por padrões, que para ser atendidos, ocasiona em lares adotivos cheios de crianças que fogem desse padrão.  Urge, portanto, para resolver a questão de adoção de crianças e adolescentes no Brasil, medidas hão de ser tomadas. Cabe ao Ministério Público, garantir a inclusão de todas as crianças e adolescentes de lares adotivos, por intermédio de projetos e atividades lúdicas, com a participação de casais que querem adotar, com o intuito de mitigar esse problema patológico de criação de perfis para adoção. É imprescindível, também, que a Mídia, crie propagandas incentivando a adoção de qualquer criança ou adolescente. Observando essa ação em conjunto, alcançar-se-á um resultado satisfatório.