Enviada em: 09/08/2018

No filme “um sonho possível” o protagonista, um jovem negro e pobre, não tem lar. A trama se desenrola a partir da decisão da outra protagonista de adotar o garoto, dá para ele oportunidade de estudar, carinho, atenção, amor e uma oportunidade de um futuro melhor. Nesse contexto, a instituição família, crucial na formação da criança e do adolescente, no Brasil é de difícil acesso para as crianças no sistema de adoção, pois a burocracia deste e o perfil de adotantes procurados impedem o retorno delas a um ambiente familiar.    Hodiernamente, uma das causas pelo lento processo adotivo brasileiro é a demora na destituição familiar. Um dos motivos disto é a falta de estrutura do poder judiciário, com poucas varas, em arcar com tantos processos e, portanto, atrasa o tramite, que deveria durar 120 dias, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, mas tem durado em média sete anos, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça. Assim, a volta dessa criança ao ambiente acolhedor é postergada e sua infância prejudicada.      Ademais, além da morosidade de todo o processo, as adotantes ainda sofrem com o preconceito etário. Segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção, 77% das crianças para adoção tem mais de 10 anos, enquanto 92% dos adotandos querem menores de cinco anos. Consequentemente, a maioria dos residentes dos abrigos “temporários” permanecem lá até a maioridade, sem voltar ao acolhimento familiar.         Nessa perspectiva, percebe-se a necessidade de um processo mais rápido e da desconstrução dos preconceitos para dar as crianças um lar. Nesse sentido, o Ministério da Justiça deve criar mais varas da família para atender a enorme demanda e não prejudicar a infância dos menores. Além disso, as mídias, em conjunto com a sociedade civil, devem fazer campanhas educativas para desconstruir o preconceito etário e aumentar o número de adoções tardias. Por conseguinte, ao tomarem essas medidas os órgãos governamentais e as instituições sociais estarão aumentando as possibilidades de essas crianças encontrarem um lar.