Enviada em: 29/08/2018

O filme ''Um Sonho Possível'' conta a história, baseada em fatos reais de um rapaz negro, que uma vez separado de sua família, durante a infância desperta o interesse de Anne em aderi-lo a um novo contexto familiar. Consoante a isso, nota-se que existem indivíduos de boa vontade, os quais, independente da cor, religião, ou classe social adotam uma criança ou adolescente. Entretanto, no Brasil a adoção se ''esconde'' em meio a barreiras sociais, sejam esssas encontradas nos padrões históricos pré-estabelecidos, na falta de auxílio a quem adota ou nas burocracias do processo.    Nesse sentido, o quadro ''Persistência da memória'', de Salvador Dali, no qual o tempo vai se desintegrando e os ponteiros das horas vão se afastando, assemelha-se as esperanças dos que estão na fila de adoção na espectativa de se ter um novo recomeço. Porém, devido a falta de agilidade pela má gestão do Poder Judiciário, o desejo de pertencer a uma familia, ou até mesmo, formar uma, torna-se a cada dia mais utópico pela demora na burocracia. Assim, cria-se um ciclo de desilusões em ambos os lados, pois muitos pais desistem de adotar, já que ficam desestimulados e as crianças ficam, mais uma vez, reclusas nas casas de abrigo com cada vez menos esperanças.  Além disso, é importante ressaltar que o Brasil é a simbiose do arcaíco com o moderno, assim como o sociólogo Francisco afirmou em sua ''Teoria do Ornitorrinco''. Referente a isso, ainda tem intrínseco na sociedade brasileira o padrão pelo ''ideal'' estabelecido no século XIX. Dessa forma, crianças brancas e menores de 3 anos são as preferidas para adoção, entretanto, a grande maioria são  maiores de 5 anos, pardas, negras, ou até mesmo deficientes, estas somam 25% e afrodescendentes mais de 50% segundo dados da ''Revista Crescer''. Sendo assim, essas em sua maioria, ficam crescendo nas casas de abrigo, e a cada vez mais, perdendo as esperanças. Ademais, as mesmas quando adotadas, já com certa idade, muitas vezes, enfrentam problemas de adaptação e acabam sendo ''devolvidas''. Cria-se então uma dicotomia, em razão de que os pais ficam se sentindo incapazes e a criança cresce com um sentimento de rejeição, grande parte, por serem deficientes ou negras e levam isso para a vida adulta.  Portanto, para acabar com o ciclo de desilusões e dicotomias no processo de adoção é necessário ações multifacetadas e de prazos variados. O Ministério da Justiça deve abrir mais vagas nos concursos públicos para profissionais haptos a trabalhar na vara cível de adoção, para assim, agilizar as burocracias do processo. Além disso, o Ministério da Saúde deve oferecer auxílio como psicólogos para os pais e crianças que estão em processo de adaptação, ou médicos, em casos de deficiência da criança, para assim, diminuir ao máximo a dicotomia e a devolução. Com essas ações, quíça o processo de adoção não se ''esconderá'' mais atrás de barreiras sociais encontradas na sociedade. .brasileira. .