Em busca da homeostase De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é como um organismo biológico e precisa de que todos os órgãos estejam funcionando bem para que haja equilíbrio. Nesse contexto, a sociedade e o Estado devem harmonicamente contribuir para o bem estar social. Entretanto, lamentavelmente, a questão da adoção enfrenta desafios, visto que, as famílias buscam perfis específicos e o Justiça brasileira burocratiza os processos, tornando-os ainda mais penosos. É inegável que a estereotipação de modelos de crianças corroboram com os dados do Cadastro Nacional de Adoção - em que o número de candidatos supera o número de jovens -, já que a maioria das buscas é por crianças de até um ano de idade, o que não corresponde à realidade das casas de adoção. Esse triste cenário brasileiro, ratifica o preconceito e falta de alteridade intrínseco na população, pois acredita ser mais conveniente para si e menos trabalhoso adotar aqueles que ainda formarão seu caráter com base nos seus ensinamentos. Dessa forma, as famílias que optam por aguardar até ter o seu perfil ''ideal'' , vilipendiam a parte mais importante desse processo, que são as crianças e adolescentes que aguardam por alguém que lhes deem condições biopsicossociais e afetividade para enfrentar a vida. Logo, é fundamental o fomento na educação, pois às luzes do pensamento de Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele. Sob outra perspectiva, é indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Consoante o filósofo grego, Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que no Brasil o caso da adoção rompe com essa harmonia, haja vista os processos morosos e exacerbadamente exigentes para que seja possível a adoção. Sendo assim, o Ministério da Justiça deve priorizar demandas dessa ordem a modo de facilitarem com o fito de ajudarem os jovens a possuírem estruturas mínimas para sua sobrevivência. É evidente, pois, que ainda há entraves para garantir a solidificação de ações que visem a construção de um melhor. Portanto, o Poder Público em parceria com a mídia deem visibilidade ao tema através de campanhas publicitária novelas - excelente meio de propagação e formação de ideias- para divulgarem a necessidade da adoção, independente da idade, cor, origem, a fim de que a sociedade se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da Caverna de Platão.