Enviada em: 30/09/2018

Roda dos enjeitados era o nome dado a um equipamento que ficava aclopado na Igreja com a finalidade a captar crianças abandonadas pelos pais. Essa rejeição ainda perpetua-se , mas não na forma de um instrumento cilíndrico, mas em forma de fila de adoção. Hoje, No Braisl, encontra-se dificuldades para conseguir adotar algum indivíduo, e , geralmente, as pessoas busca por padrões nas crianças. Ademais, o assunto se mostra negligenciado e se apresenta um grave problema ao Estado Democrático de Direito. A princípio , é possível notar que a história do Brasil sempre foi marcada por alta burocratização no processo adotivo. No Código Civil 1916 a adoção não só era revogável mas também só poderia acontecer com indivíduos de 50 anos de idade, casais casados ou solteiro sem filhos e além disso, o processo passou por intermediação pelo Poder Judiciário, no qual, o tempo se tornou ainda maior para adoção. Felizmente, a idade mínima para adoção passou a ser 18 anos e com qualquer casal que esteja junto mais de 5 anos , entretanto, o processo adotivo no Brasil ainda é bastante burocrático e pode demorar até 2 anos. Assim, esse processo demorado acaba desestimulando casais que tinham atenção de adotar. Por outro lado, apesar desse trágico panorama social, o preconceito representa obstáculos para a cultura de adoção. De acordo com os dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) existem cerca de 5mil crianças em condições de serem adotadas e quase 30 mil famílias na lista de espera. Tal dado, mostra uma preocupante realidade fruto dos padrões escolhidos pelos pais que não se encaixam com as crianças que predominam nos abrigos: maiores de 7 anos, meninos e com irmãos. Com efeito, muitas crianças que não se enquadram nos padrões são fardados a viverem nos abrigos por muito tempo com pouca- ou nenhuma- dignidade. Com isso, percebe-se o quão preconceituosa a sociedade é. Fica claro, portanto, que a burocratização e o preconceito velado são fatores que dificultam o processo de adoção. O Governo juntamente com o Estatuto da criança do adolescente deve tornar o processo de burocratização menos complicado, mais rápido e atrativo para famílias interessadas na adoção. Além disso, a mídia em parceria com o governo deve incentivar a adoção dos menores que não se encaixam nos padrões escolhidos pelas famílias na hora da adoção, e isso pode ser feito através de propagandas e debates com a finalidade de estimular as famílias adorem essa maioria que se encontram no abrigo. Dessa forma, a problemática em questão deixará de fazer parte da realidade brasileira e as crianças poderão viver com maior dignidade.