Pode-se definir família como a menor parcela de um agrupamento de indivíduos em uma sociedade que possui função social. Sendo assim, é no interior dessa célula da sociedade, a qual todos os cidadãos brasileiros possuem o direito de pertencer, que são definidos e transmitidos valores culturais, como a ética e a moral. Dito isso, é imprescindível abordar o fato de que no Brasil, apesar do grande número de pretendentes à adoção e de crianças e adolescentes à espera de ganhar um lar, diversos fatores dificultam esse processo, como a burocracia e as exigências por parte dos adotantes. Estima-se que existam 32343 pretendentes a adotar e 5604 crianças à espera para a adoção, ou seja, o número de pais cadastrados para é seis vezes maior que o de crianças que aguardam em abrigos no país. Contudo, o processo de adoção é lento e burocrático, como pode ser explicado pelo artigo 19 do Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual considera que a adoção seja feita em caráter excepcional, esgotadas as possibilidades de convivência e manutenção na família de origem, contribuindo com a lentidão do processo. Este fato corrobora para que a questão da adoção no Brasil vá de encontro à ineficiência, pois à medida que aumenta o tempo de espera pela adoção, cresce o número de adolescentes em abrigos. Somado a isso, a constatação de que a maioria dos adotantes possuem preferência por crianças e em estado saudável. Outro empecilho para que a adoção aconteça reside na falta de legislação que confira o direito de adotar por casais homoafetivos, restringindo apenas ao modelo tradicional de família prevista na Constituição Federal. Portanto, é necessário que existam medidas que facilitem que todas as crianças e adolescentes não amparadas tenham a oportunidade de conviver com uma família. Para tanto, o fortalecimento da capacitação psicológica de pais que pretendem adotar um jovem, pode auxiliar a diminuir a idealização por uma criança e aceitar aquelas que podem estar fora dos parâmetros estipulados pelos adotantes. Outra medida, como o estímulo para que ocorram a adoção de mais de uma criança, ou ainda de irmãos, caminha para que facilite o processo de formação de uma nova família.