Enviada em: 04/10/2018

O Imperativo Categórico, teoria do filósofo Immanuel Kant expõe o dever do agir para o bem universal, dessa forma, construindo uma sociedade melhor e benéfica para os indivíduos. No entanto, esse ideal proposto é ineficaz no Brasil, haja vista que a satisfação pessoal sobrepõe às necessidades presentes no vasto campo de adoção no país. Dessa maneira, evidencia-se que as exigências durante o processo adotivo contemporâneo, somados à uma política incompleta para assegurar uma adoção responsável, dificultam a ampliação da adoção.         A princípio, a problemática do quadro adotivo advém das altas exigências por parte dos candidatos. Desse modo, a grande maioria dos responsáveis procuram crianças de até 7 anos de idade, sem irmãos, saudáveis e brancas - segundo os dados do Cadastro Nacional de Adoção. Nessa perspectiva, nota-se a persistência do preconceito na sociedade brasileira - que segundo o cientista Albert Einstein, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito enraizado. Sob tal ótica, o cenário adotivo é oposto ao procurado, sendo indubitável combater essa mentalidade preconceituosa no processo adotivo, apresentando a realidade da adoção e suas implicações e responsabilidades.        Em detrimento dessa questão, as políticas responsáveis pelo processo adotivo são ineficazes para o panorama brasileiro. Nesse sentido, enquanto as etapas burocráticas para adoção são minuciosas, contudo, o processo psicossocial realiza entrevistas superficiais, uma vez que durante as etapas da adoção os psicólogos não aprofundam e expõem a realidade atual da adoção brasileira para os futuros pais. Assim, fomentando milhares de candidatos à fila de espera na adoção, embora a grande maioria não realize adoção efetiva, logo, persistindo a problemática desse cenário contemporâneo.       É evidente, portanto, que há entraves para a ampliação do processo adotivo no país. Dessa maneira, cabe às mídias televisivas criarem enredos que orientem a população quanto a realidade da adoção brasileira e a importância da desconstrução do preconceito, por meio de narrativas de ficção engajada, com seriedade, a fim de evitar a perpetuação dessa mentalidade segregacionista e estimular à adoção. Ademais, o Poder Executivo deve investir na capacitação de psicólogos, por intermédio de cursos especializados na área de adoção, com o intuito de proporcionar um processo adotivo responsável e eficaz. Assim, será possível construir um bem universal para o futuro da adoção no Brasil.