Enviada em: 10/09/2017

Descendentes de alemães, italianos, portugueses, franceses e africanos. Esse é o panorama geral da cultura brasileira, a miscigenação. Desde o processo de colonização até a contemporaneidade a mistura de culturas e nacionalidades é presente no Brasil. Contudo, nos últimos meses muitos discursos de ódio e xenófobos vêm sido acometidos no Brasil à muitos estrangeiros. Dessa maneira abre-se uma aba de dúvidas à sociedade brasileira: estaria o brasileiro vivendo uma hipocrisia social? Qual o peso da crise econômica na xenofobia na sociedade atual?        Para pessoas que sentem xenofobia, argumentos como o fato de imigrantes acarretarem o desemprego é de extrema recorrência. Em tempos de crise social, política e econômica, esses discursos nacionalistas - muitas vezes embasados em neofascismos - é utilizado para culpar o que veio de fora por um problema interno, como é o caso de Mohamed Ali, um sírio que foi hostilizado no Rio de Janeiro por ser sírio e estar vendendo produtos em um país qual ele não nasceu. Além disso, movimentos a favor a expulsão dos imigrantes do Brasil alegam que esses são os responsáveis pela aliteração cultural brasileira.        Entretanto, quando analisamos a questão migratória no Brasil quanto ao contexto histórico, verificamos que com a imigração o Brasil obteve inúmeros no quesito social, cultural e legislativos, tais como os direitos trabalhistas obtidos no século 19 ocasionado pelas greves gerais dos trabalhadores, em sua maioria estrangeiros, nas indústrias de São Paulo; o samba e a capoeira trazidos e implementados pela cultura africana no Brasil desde a colonização, entre outros de tamanha importância que também agregaram a nossa cultura. Não obstante, segundo dados divulgados pelos Direitos Humanos no Brasil, o imigrante não retira vagas de emprego dos brasileiros, e ainda, trabalham em situações precárias sem direito algum.         À vista disso, verifica-se que o Brasil vive de certa forma uma hipocrisia social em relação a xenofobia, visto que mesmo possuindo uma cultura miscigenada, muitas vezes não aceita o imigrante, principalmente em momentos de crise. Dessa forma, averígua-se que para que esse sentimento de ódio ao que vem de fora seja combatido, é necessário que o Ministério da Educação institua, nas escolas do país, trabalhos voltados a tolerância étnica e social. Não só isso, mas pede-se que as mídias sociais incorporem ao seus veículos práticas conscientizadoras para toda população, com vídeos, áudios e textos mostrando que o país apenas agregaria aspectos positivos com a imigração, de maneira a reduzir os índices de intolerância, racismo e xenofobia ao longo do tempo.