Enviada em: 19/09/2017

Na Grécia Antiga, indivíduos que não apresentavam domínio da língua local eram considerados “bárbaros”- autônomo de cidadãos.Nesse sentido,persas e egípcios,por exemplo, não possuíam acesso aos direitos básicos e, por fim, eram escravizados.Tal perspectiva de soberania cultural ainda persiste na sociedade contemporânea,visto que episódios xenofóbicos configuram a modernidade.Logo,são necessárias mudanças,a fim de concretizar a democracia nacional e de cessar com estigmas discriminatórios que são refletidos,por fim, em políticas públicas intolerantes.     O nacionalismo exacerbado e a perduração da chamada “cultura do medo” qualificam esse cenário de aversão ao imigrante.Em função disso, o presidente norte-americano, eleito em 2016, é caracterizado por discursos que favorecem a perduração de estereótipos preconceituosos e, portanto, promove políticas públicas intolerantes, como ocorreu ao assinar um decreto anti-imigração e ao defender a construção de um muro na fronteira com México.Todavia,tal concepção não está restrita ao território estadunidense, já que o Brasil, apesar da xenofobia ser tipificada como crime nacional, possui histórico de discriminação ao estrangeiro - como ocorreu com um refugiado sírio residente no país, o qual ganhou repercussão nas redes sociais ao relatar que foi vítima de hostilidades enquanto estava vendendo salgados e doces típicos em um bairro nobre do Rio de Janeiro.        Nesse contexto,por conta da interpretação equivocada do "homem-cordial" de Sérgio Buarque de Holanda,parcela da esfera popular acredita na receptividade acolhedora do Brasil e na existência de uma igualitária fusão cultural no país.Dessa forma,apesar do intérprete nacional atribuir outro sentido à cordialidade brasileira,muitos cidadãos creem no "cordial" necessariamente como uma característica positiva,o que não configura com a realidade.Ademais,imigrantes haitianos,que lideram as classificações de estrangeiros residentes na nação,enfrentam adversidades,além das xenofóbicas, oriundas do racismo estrutural,o que demonstra,portanto,a inexistência de uma democracia racial.   Considerando tal defasagem, são necessárias mudanças, a fim de impedir que os cidadãos enfrentem problemas análogos aos que os bárbaros possuíam na Antiguidade.Para isso,os setores do Estado devem apoiar e valorizar,através de auxílios financeiros e de campanhas nos espaços públicos ou nos vínculos midiáticos, as entidades do Terceiro Setor que atuam promovem assistência aos imigrantes e aos refugiados residentes na nação.Paralelamente, em função de amenizar a intolerância auxiliando na formação cidadã dos jovens, o Ministério da Educação deve incluir na grade curricular o ensino dos direitos humanos e deve incentivar trabalhos voluntários e palestras em ONGS da própria comunidade que atuam nesse contexto, favorecendo,por fim, a consolidação de uma plena democracia nacional.