Enviada em: 19/09/2017

Apesar da fama de "cordial" os registros de manifestações xenofóbicas cresceram, no Brasil, nos últimos anos, mesmo sendo patente a nossa multiculturalidade. As principais vítimas são pessoas de baixa renda.    O Brasil "cordial" é, de certo modo, uma utopia criada durante o período imperial para abafar, escamotear, crimes do poder estabelecido. A Guerra do Paraguai (Tríplice Aliança) motivada por assuntos econômicos, mas também, xenofóbicos é prova disso e, praticamente, dizimou a nação indígena local. Uma guerra onde morreram, principalmente, pobres e negros(Brasil) e índios(Paraguaios).    Seguindo por este curso, entre 2014 e 2015, os casos de xenofobia aumentaram 633% via plataforma disque 100. Não por acaso, as principais vítimas são Haitianos, pobres e negros (26%), seguidos  de pessoas de origem Árabe e religião muçulmana (15,45%). A intolerância nascida da insegurança, de uma injusta divisão de renda e de uma ideia de valorização do poder e do capital como centro referencial da humanidade, colabora, em muito, para o crescimento do preconceito xenofóbico.    Nossa multiculturalidade é um apelo diário para a prática da tolerância e do respeito a todas as religiões, raças, crenças e opções de gêneros. Mesmo assim a intolerância tem crescido substancialmente.    Campanhas publicitárias, ações nas escolas e locais públicos, paridade no cumprimento da legislação e, principalmente, maior justiça social e distribuição  de renda menos distorcida, são condições necessárias para erradicar ou, pelo menos, amenizar as manifestações xenofóbicas no Brasil.