O estranhamento provocado pelo contato com diferentes etnias e culturas é uma reação natural do ser humano. Entretanto, se a maneira escolhida para lidar com as diferenças é discriminatória, faz-se presente a xenofobia, uma relevante problemática do atual cenário brasileiro. Assim, como já disse o escritor Oscar Wilde que a insatisfação é o primeiro passo para o progresso de um homem ou de uma nação, é preciso descontentar-se com realidade e analisar o conjunto de questões que impedem a resolução do problema. Na Idade Contemporânea, o caso mais evidente de xenofobia ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial. A intolerância da ideologia nazista, foi responsável pela morte de aproximadamente seis milhões de judeus, além de outras minorias, como homossexuais. E ainda, décadas após o fim do holocausto, o contexto de discriminação étnica persiste na sociedade. Ao que diz respeito ao cenário atual, os principais povos atingidos pela xenofobia são os muçulmanos. Os conflitos culturais entre esses povos e o mundo ocidental apresenta origens ainda na Idade Média, como por exemplo, durante o movimento cruzadista. Hodiernamente, as velhas tensões ressurgem, onde a equivocada associação do terrorismo com a religião islâmica, tornou-se uma justificativa para a prática da xenofobia. Não obstante, no que diz respeito a questão jurídica no Brasil, a discriminação de raças é considerada crime desde 1997. Entretanto, segundo dados apresentados pela Carta Capital, entre os anos de 2014 e 2015, os casos de xenofobia aumentaram 633% no país. Assim, é possível perceber, que apesar de ser uma conduta recorrente, não é realizada qualquer medida para que essas práticas discriminatórias sejam reduzidas. Em virtude dos fatos mencionados, entende-se a necessidade da aplicação de medidas práticas no país. Além da ação tomada pelo Ministério da Justiça, com uma campanha de sensibilização através das redes sociais, é necessário que esse mesmo órgão julgue os casos de xenofobia com mais eficiência e sanções mais severas. É igualmente necessário que Governo Federal, por meio do Ministério do Trabalho, possibilite oferta de empregos aos imigrantes que chegam ao país, em áreas onde a mão de obra é escassa. Dessa maneira, a medida que a integração social é promovida, com a sensibilização da população brasileira, os povos que chegam ao país também agem contribuindo economicamente, rumo a superação da xenofobia.