Enviada em: 05/10/2017

Segundo o autor contratualista Thomas Hobbes, o homem, em seu estado de natureza, é um ser fadado ao egocentrismo. Tal premissa, confrontada com a atual conjuntura da xenofobia no Brasil, denota uma complexa problemática a ser discutida e combatida com urgência. E dentre os coadjuvantes desse dilema, é possível destacar, sobretudo, não só a insciência da sociedade a respeito de sua formação histórica, mas também a ineficácia do Estado no que tange à alteração desse comportamento.       Em uma primeira abordagem, convém salientarmos a distorção cultural que induz certa parcela da população brasileira ao etnocentrismo. Desde seu processo colonizatório, o Brasil tem sido palco de uma notável miscigenação de crenças, comportamentos e etnias. Não obstante, há, ainda, falhos sistemas educacionais a respeito desse contexto, característica essa que promove uma desconstrução dos valores de igualdade entre os povos.       Outrossim, no que se refere à ação do governo quanto à prevenção da xenofobia, nota-se que há, ainda, longo caminho a ser percorrido. Em recentes notícias veiculadas pela GloboNews, é possível destacar o aumento sistemático, ao longo dos últimos meses, do número de relatos envolvendo o desrespeito a estrangeiros presentes no Brasil. Logo, tal situação desvela que as atuais políticas de combate a este crime têm sido apenas um engodo.       Faz-se necessária, portanto, uma ação efetiva para que o comportamento antissocial do homem descrito por Hobbes deixe de ser uma degradante realidade. O Poder Executivo em consonância com os Ministérios da Educação e da Cultura devem promover planos de ação que estimulem o conhecimento do tecido social a respeito da diversidade étnica no Brasil. Tais planos devem envolver projetos de interação cultural em instituições de ensino e apresentações periódicas de propagandas televisivas; tudo isso de maneira a demonstrar aos cidadãos brasileiros a importância do enriquecimento cultural proveniente da integração entre povos.