Enviada em: 26/06/2018

O desespero feminino         O aborto no Brasil tem se muito discutido ao passo da religião. Uma vez que os dogmas católicos se apresentem totalmente contra a prática, esses princípios se integram dentro da mente governamental por meio dos seguidores em massa do catolicismo. De acordo com a constituição vigente, o Estado é laico e, a interferência religiosa dentro de seus patamares, fere de modo discreto a regência. Logo, a questão do aborto é apresentada de forma incoerente, pois, trata-se de uma questão de saúde, na qual a política e a religião não devem intervir.        Conforme a Organização Mundial da Saúde, mais de 20 milhões de abortos são realizados todos os anos, contando com quase 50 mil mortes. Ao exemplo disso, no Brasil, a proporção é ainda maior, cerca de um quinto das mulheres aos 40 anos realizaram o feito de acordo com a Pesquisa Nacional do Aborto. Por conseguinte, é fato que a mortalidade e os traumas são certos quando se trata do aborto mal realizado, o desespero de uma gravidez indesejada sem as devidas opções, atormenta grande parte da população feminina.        Entretanto, as clínicas clandestinas, por vezes, não detém do material necessário ou de profissionais para um seguro desempenho. As pacientes são expostas a situações de extremo tormento físico e psicológico e, por falta dos cuidados necessários, muitas carregam sequelas em toda a vida, justamente, também, pela obrigação do silêncio ante o evento; a pluralidade não consegue ajuda profissional pós o sofrimento, o medo de serem denunciadas é predominante. Além disso, mesmo que alguns casos sejam frutos do estupro, muitas vítimas são alvos de críticas quando buscam adotar o procedimento, o que fomenta um maior impasse na questão.        Torna-se evidente que o aborto deve ser discutido com mais discernimento. Logo, cabe a mídia, por meio de reportagens e propagandas, transmitir o conhecimento sobre o processo abortivo, mostrar a divisão entre dogmas religiosos e questão da saúde e os casos que são realmente necessários, desse modo, para amenizar o tamanho desentendimento sobre o ato e ajudar as pacientes a não serem vistas como inimigas. Além disso, é suscetível ao Ministério da Saúde, por meio do voto consciente da população, optar por clínicas especiais de aborto espalhadas por todo o país, contando com médicos especializados e ajuda psicológica, dessa forma, com o objetivo de diminuir os riscos causados pelas clandestinidades e encaminhar as mulheres a não tomarem atitudes radicais.