Enviada em: 17/07/2018

O aborto consiste em uma interrupção precoce da gravidez, que pode ser espontânea ou provocada. No Brasil, diferente de outros países, como França e Uruguai, a interrupção provocada de uma gravidez configura-se como crime, o que, entretanto, não diminui o fato de que ela existe e que muitas mulheres recorrem à tal prática quando veem necessidade. Em virtude do exposto, torna-se necessário, hoje, a discussão acerca do aborto, visto que trata-se de um problema de saúde pública quando coloca em risco a vida de muitas mulheres.            Primeiramente, a criminalização do aborto é irrelevante, pois, conforme o pensamento do filósofo John S. Mill, que defendia a liberdade do indivíduo sobre seu corpo e mente, se a mulher enxergar a necessidade de recorrer ao aborto para o próprio bem de seu corpo, ela o fará, independentemente de tal prática ser proibida por lei ou não. Logo, a  proibição não impede o aborto em si, apenas impede que a mulher tenha algum auxílio psicológico e que seja feito em locais salubres.          Outrossim, apesar de a sociedade aparentemente demonstrar tamanha preocupação com o direito à vida, alegando que é basicamente deixar a criança nascer e abandona-la em algum orfanato, não pensa no desenvolvimento educacional e social dessa criança, como se a única vertente que importasse é a de não ser negado a ela o direito à vida. Além disso, é extremamente burocrático e cansativo o processo de adoção no Brasil, o que desanima muitas pessoas e faz com que deem preferência pela adoção no exterior.              Diante do exposto, urge que os movimentos sociais a favor da legalização do aborto, juntamente com a mídia, promovam campanhas de conscientização do aborto legal, onde trariam informações sobre o mesmo, deixando claro os prejuízos para a saúde da mulher quando o procedimento é mal feito em locais inadequados, além de que ele deve ser efetuado apenas em último caso e que a mulher não deve abandonar os métodos contraceptivos. Tudo isso com o objetivo de atingir os órgãos legislativos, para que trabalhem na criação de uma lei definitiva da legalização do aborto. Ademais, apenas dessa forma se concretizará o pensamento libertário de John S. Mill, e as mulheres poderão continuar expressando sua liberdade de escolha sobre seu próprio corpo e mente, porém, agora, com segurança.