Enviada em: 03/08/2018

Ambientado na Romênia do século XX, o filme "4 meses, 3 semanas e 2 dias" acompanha o processo de uma jovem mulher que auxilia sua amiga a interromper uma gravidez. A película apresenta um retrato explícito e brutal do aborto em um país onde a prática é ilegal. Apesar de geografiaca e temporariamente distante a obra em muito assemelha-se ao Brasil hodierno, uma vez que no país o aborto, salvo em algumas excessões, também foge da lei. Atualmente, a mulher brasileira não possui o direito de escolher quando interromper sua gravidez, o que muitas vezes gera empecilhos para sua saúde. Em uma primeira análise, cita-se o grupo de "whatsapp", recentemente reportado pela BBC, o qual funciona como uma espécie de clínica de aborto virtual. No grupo, mulheres podem adquirir remédios de cunho abortivo e buscar ajuda no processo. Esse cenário ajuda a ilustrar a dificuldade que mulheres brasileiras encontram ao tentar terminar sua gestação, corriqueiramente arriscando sua saúde, e até vidas a fim de fazê-lo. Ademais, apesar de criminosas, clínicas de aborto existem por todo o país. Todavia, devido a sua natureza clandestina, estas possuem não só circunstâncias insalubres, mas também preços elevados. Logo, o aborto torna-se inacessível a mulheres de regiões periféricas, as quais precisando recorrer a métodos ainda menos seguros. Dessa forma, é possível chegar a conclusão de que o a acesso a meios de interrupção da gravidez é uma questão de saúde pública, uma vez que a carência destes gera a morte de mulher pobres. Em suma, não se vive em uma Romênia soviética, portanto é inconcebível o fato de que mulheres precisem arriscar suas vidas a fim de interromper sua gestação. Com o intuito de assegurar a saúde da brasileira, o ideal seria a legalização do aborto e sua acessibilidade em  hospitais públicos. Porém, tal ação envolveria longo processo judiciário, portanto, portanto para garantir o bem-estar feminino enquanto isso, outras medidas devem ser tomadas. Cabe exemplificar as aulas de educação sexual nas escolas, incentivadas pelo Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Saúde, para informar a população. Outrossim, é fundamental a disponibilização de métodos contraceptivos em postos de saúde, a fim de evitar a gravidez.