Enviada em: 06/08/2018

Muito se discute sobre a questão do aborto na sociedade brasileira, sobretudo, em relação à ampliação da utilização dos métodos abortivos. Nesse contexto, muitos países, considerados de primeiro mundo, aprovaram a liberalização do aborto e obtiveram números considerados satisfatórios. Porém, muitas nações subdesenvolvidas que optaram por liberar os métodos abortivos, não dispõem de números tão animadores. Portanto, a questão do aborto no Brasil, um país subdesenvolvido, possui inúmeros agravantes tais como: Ineficiência dos métodos contraceptivos, ineficácia do Sistema Único de Saúde(SUS) e o despreparo das escolas brasileiras em orientar os jovens sobre os riscos de uma gravidez indesejada.      No que se refere à temática em questão, pode-se destacar os desafios enfrentados pelos países subdesenvolvidos que liberalizaram à prática do aborto. Nessa perspectiva, a Organização Mundial da Saúde(OMS) alertou sobre a ineficácia da lei que libera as práticas abortivas na África do Sul, e destacou o aumento das clínicas clandestinas e da mortalidade das mulheres nesses procedimentos. Consoante a isso, os dados da OMS servem de alerta para o Brasil, que possui um sistema de saúde gratuito precário, no qual inúmeros pacientes morrem nas filas dos hospitais ou na espera de um tratamento adequado. Por conseguinte, a lei de liberalização do aborto pode aprofundar as desigualdades sociais no Brasil, pois enquanto as mulheres ricas possuem recursos financeiros para realizarem os procedimentos em clínicas particulares, as pobres continuarão dependendo do SUS.     Ademais, as escolas possuem um papel fundamental no desenvolvimento intelectual dos jovens e adolescentes brasileiros. Todavia, a matriz curricular não promove o aprofundamento do livre debate sobre os riscos de uma gravidez indesejada e, consequentemente, falha na divulgação e na orientação dos benefícios oriundos da utilização de métodos contraceptivos. Nesse cenário, torna-se perceptível que o Brasil precisa debater e instruir sobre a prevenção da gravidez, e não fomentar que o aborto é a saída mais plausível para evitar uma gestação indesejada.      Diante dos argumentos supracitados, torna-se fundamental que o Governo Federal, em parceria com as escolas, desenvolva um projeto educacional que altere a atual matriz curricular. Nesse projeto, as escolas cederiam suas instalações para que os alunos se consultassem com médicos especialistas com o intuito de orientá-los sobre os métodos contraceptivos e , por conseguinte, diminuir os casos de gravidez indesejada. Além disso, o Ministério da Saúde deve incluir em seu plano de metas a implantação de chips anticoncepcionais, que atuam por um ano, com o objetivo de reduzir a gestação inesperada e, com isso, evitar os efeitos socioeconômicos e psicológicos provocados pelo aborto.