Enviada em: 20/08/2018

A prática do aborto atualmente é tida como ilegal, defendida por muitos, geralmente por questões religiosas, para que tal ato se mantenha como um crime. Argumentos para a defesa desse fato é que o feto já tem vida a partir da concepção, sendo capaz de sentir dores. Porém pesquisas já realizadas mostram que um feto só é capaz de sentir dores depois da vigésima quarta semana, desmentindo opiniões errôneas elaboradas a partir de conceitos religiosos, quando na verdade tinham que serem construídas baseadas nas necessidades da saúde pública.      Defender a criminalização do aborto partindo do conceito "a favor da vida" é extremamente hipócrita, pois toda semana várias mulheres fazem abortos clandestinos, muitas delas morrem no procedimento, inúmeras vidas são perdidas, e o risco de serem punidas não vai fazer com que esse número diminua.     Países que já legalizaram o aborto, como o Uruguai, mostram dados promissores, ao contrário do que muitos pensam, o número de mulheres que recorrem a esse procedimento diminuiu, pois com a legalização o aborto não se tornou algo banalizado, contrariando mais uma vez o pensamento fechado de pessoas que se sentem no direito de decidir por uma mulher. E também não custaria milhões para o SUS, já que o procedimento chega a ser mais barato que uma cesária.       Legalizado ou não, o aborto vai continuar sendo uma realidade no Brasil, a diferença é que a legalização trará mais segurança para as mulheres que se submetem a esse ato. Por esse motivo é necessário que o Ministério da Saúde a partir da descriminalização do aborto, crie mais projetos de orientações sexual e palestras para alertar sobre como o processo pode interferir na vida feminina, para que esse recurso seja apenas usado de último caso, e assim diminuindo os riscos para saúde e as mortes causadas pelo procedimento.