Enviada em: 01/10/2018

Da antiga Grécia que valorizavam as mulheres por gerarem bons guerreiros à Esparta, à pós-modernidade brasileira que tenta priva-las do poder de decisão sobre sua gestação, a mulher continua sendo objetivada por um caráter reprodutivo. Logo, o aborto induzido no Brasil é considerado crime na maioria dos casos, no entanto negar que a decisão sempre vai ser da mulher só deixa elas vulneráveis a procedimentos indevidos. Dessa forma, aumentam as ocorrências de abortos clandestinos no país, haja vista que a um medo de diálogo pelos os envolvidos, aliado ao desinteresse em um planejamento familiar.   A princípio, esconder que deseja interromper a gestação da sociedade é o primeiro passo para o ato se efetivar. Em matéria da revista RADIS, pesquisas sobre o aborto no Brasil mostraram que uma das características de morte por aborto é baixa escolaridade das vítimas, ratificando a importância da comunicação para passar conhecimento. Nesse viés, em exemplo de Portugal, após a legalização do aborto os casos diminuíram, uma vez que quando o assunto é tratado abertamente pode-se oferecer procedimentos seguros e diálogos com informações seguras. Dessa forma, é perceptível que conversar com alguém habilitado daria aos envolvidos mais informações para a decisão.    Outrossim, é a falta da programação antes da gravidez que quando indesejada tendem a recorrer ao aborto induzido. Ainda no contexto histórico, mesmo Esparta sendo palco de valorização as mulheres por poder gerar descendentes, ela também as repudiavam quando esses descendentes não eram "perfeitos", exemplificando o pensamento retrogrado da gestação perfeita. Por conseguinte, mais da metade das gestações do Brasil não é planejada, é o que aponta a pesquisa "nascer do sol: inquerito nacional sobre o parto e nascimento". Desse modo, demonstra a necessidade de planejar uma estrutura financeira, psicológica ou matrimonial para receber a criança.    Logo, afim de atenuar o impasse, o Congresso Nacional, através do uso adequado da Constituição Federal, deve elaborar e aprovar um reforço constitucional no qual legalize o aborto no Brasil, como, por exemplo, inserir medidas que aceite o direito da mulher de decisão sobre o seu corpo, visando a saúde e o bem estar psicólogico. Por conseguinte, as mídias e o Ministério da Educação, juntos, devem divulgar o direito de decisão da mulher, mediante programas de televisão educativos, com consciência e respeito, os quais estaquem a importância do dialogo quando se pensa no aborto, também, as consequências da falta de um planejamento familiar, objetivando a intimidação dos violadores de tal ato constitucional e a conscientização de todos. Feitos esses pontos, as brasileiras deixarão de ser expostas a riscos mortais.