Enviada em: 28/11/2017

A questão do aborto no cenário contemporâneo brasileiro, impera destacar, não obstante, as questões sociais, mas também a constante influência religiosa, haja vista que, há a coexistência de bancadas conservadoras que, com seus pensamentos retrógrados e baseados em crenças pessoais, atuam como um estorvo para o progresso social. A partir disso, é necessário problematizar algumas questões, como o que leva a mulher a realizar tal ato, quais são suas consequências tanto no psicológico destas, quanto no meio social, além disso, é necessário salientar ainda, em que casos o aborto pode ocorrer no ambiente brasileiro.        Em primeiro lugar, é difundido pela sociedade o conhecimento com relação aos métodos contraceptivos, todavia, em todos os casos, sem excessão, há chances de o ato sexual acabar resultando na fecundação. Na legislação atual brasileira, o aborto é permitido quando o embrião é fruto de um estupro, ou quando há risco de vida para a mãe. Com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 181/15, votada recentemente por 18 homens, almejam a retirada do direito das mulheres abortarem em todos os casos. Não trata-se mais de uma questão que aborda a saúde tanto física quanto psicológica do sexo feminino, mas sim, a individualidade de uma sociedade hipócrita e egocêntrica, homens decidiram pelo futuro de não apenas uma mulher brasileira, mas sim, de uma nação feminina. Hipócritas, ao ponto de terem em mente que, a proibição do aborto não causará o fim dele, mulheres ricas continuarão abortando, em relativa segurança, enquanto mulheres periféricas morrerão na mão de açougueiros. Não trata-se de uma questão de moral e bons costumes, mas sim, de preocupação com as questões sociais.       Dessa forma, impera-se que, não se trata de um bebê já formado, e sim um aglomerado de células, mulher nenhuma deve sentir-se obrigada pelo estado à ter que gerar, cuidar e nutrir uma vida, muitas são jovens, interrompem seus estudos. Se homens engravidassem, o aborto já seria legalizado, haja vista que, quando homens não desejam assumir seus próprios filhos, abandonam o mesmo. Vive-se em uma sociedade patriarcal e hipócrita ao ponto de negar o direito do sexo feminino decidir pelo próprio corpo.        Em suma, é necessário realizar manifestações, greves e passeatas, com o objetivo das mulheres lutarem pelos seus próprios direitos, haja vista que, mesmo sendo cidadãs, pagando os mesmos impostos que homens, não somos representadas por um estado machista e misógino. Dessa forma, é fundamental que rompam-se as barreiras da religião que afronta o estado nacional brasileiro, e acima de tudo, importar-se com a vida feminina.