Enviada em: 03/12/2017

A crucificação do aborto       Muito se discute, hoje em dia, em razão do aborto e sua legalização, seja do ponto de vista religioso, moral ou econômico. Mas, o que pouco é levado em consideração, são os fatos ao redor desse assunto.       As razões da procura pela opção do aborto são várias, mas a mais comum é a do estupro (mais de 90% dos casos), onde a mulher é violada não só fisicamente, mas moralmente. Outro grande motivo se dá pela gravidez, ainda que desejada, porém que apresenta riscos de morta, seja para a mãe ou para o filho (ou para ambos, em alguns casos).       Porém, com a criminalização do aborto no Brasil em muitos casos, o  número de mortes das mulheres é ascendente em razão da contínua realização do procedimento de forma ilegal. Estima-se que 22 milhões de abortos em condições precárias e sem estrutura adequada acontecem por ano, onde o número de mortes é de aproximadamente 47 mil mulheres.       O parto forçado das mulheres que não conseguem realizar o aborto também traz consequências, como rejeição, abandono, problemas psicológicos à família, marginalização econômica e moral do indivíduo em meio à sociedade, e ainda, problemas de saúde recorrentes de um aborto mal sucedido.       É certo que pelo fato de ser ilegal em muitos casos, o aborto não deixa de ocorrer, porém a visão da sociedade deve ser ajustada: o aborto deve deixar de ser uma questão religiosa (como é tratado, muitas vezes, em nosso país) e passar a ser uma questão de saúde pública. Se o Estado é laico, por que a crença de alguns deve definir o que é certo para todos?