Enviada em: 24/02/2018

O aborto no Brasil é ilegal exceto em caso de estrupo e se há risco para a mãe. Entretanto, há tantos casos da prática no país que não condiz com o fato de ser uma prática criminalizada, trata-se de uma problemática de interesse e saúde pública, uma vez que mulheres de baixa renda são as mais afetadas física e mentalmente.        De fato, há um desacordo no ordenamento jurídico de quando começa a vida, porém, seja legalizando ou apenas descriminalizando o abordo, não está se referindo apenas a vida a ser gerada mas também, a liberdade reprodutiva e integridade física da mulher. Defender apenas um dos envolvidos e dar como alternativa a possibilidade que a mulher tem em entregar um filho não desejado à adoção, por exemplo, é apenas mudar o problema de lugar, já que ao redor do país o número de crianças e adolescentes esperando para serem adotados é superior ao número de famílias que buscam adotar, ou seja, essa não é uma solução eficiente.             Além disso, o país tem alternativa para a mulher que  quiser abortar, mesmo que ilegal, em clínicas de alto padrão que oferecem o procedimento a custos altíssimos, ou seja, a mulher periférica sem amparo e recursos públicos e sociais vai acabar recorrendo a procedimentos de alto risco para sua vida, é como se o abordo fosse "crime" para a classe baixa, ignorar essa questão é ignorar a vida dessa mulher. Portanto, não basta descriminalizar a prática, é preciso oferecer assistência física e psicológica para  essa mulher de classe baixa que ao decidir ser incapaz de gerar uma criança, não seja prejudicada pelo resto de sua vida, o que muitas vezes poderá na pior das hipóteses, por exemplo, impedir que essa criança seja marginalizada, situação que infelizmente persiste na sociedade brasileira.        Diante de tais fatos, considerando que o aborto é um a pratica fortemente presente no país e vidas estão sendo duplamente prejudicadas pela sua criminalização, o primeiro passo que o governo precisa tomar é descriminalizá-lo para qualquer mulher que decidir abortar. Em conjunto a isso, o Ministério da Educação deverá inserir em escolas educação sexual como matéria obrigatória para crianças e adolescentes, de forma a não banalizar a prática abortiva, com o objetivo de não deixar a sociedade entender como uma única solução e sim como uma opção, garantindo direitos para todas as mulheres.