Enviada em: 25/02/2018

Mulheres aos prantos.Chão ensanguentado. Clínica clandestina. Marcados pela a tradição cristã,herança da colonização portuguesa e espanhola, a maior parte dos países latino-americanos ainda vê os direitos reprodutivos das mulheres como um tabu. Debates acerca da vida, merecem reflexões mais complexas, quando a palavra em questão gera controvérsias:aborto.            No Brasil o aborto é permitido em casos de estrupo e  em quadro de anencefalia. O estigma é tanto que mesmo em casos de estrupo de vulnerável a vítima sofre preconceito. O aborto pode até ser ilegal no país, mas segundo a Organização Mundial da Saúde 2 mil mulheres abortam todos os dias no Brasil.         Nessa perspectiva, a mulher que tem condições financeiras procura por uma clínica que faz a interrupção da gravidez de forma segura. Porém, a mulher que não possui recursos econômicos, que é a maioria das brasileiras,optam por um aborto clandestino,barato e inseguro.Assim, os debates acerca do aborto evidenciam as desigualdades  entre as classes, o humano como mercadoria e ao mesmo tempo sujeito da história, visto que a mulher é vítima de um fato social.       A exemplo do Uruguai, onde qualquer mulher tem o direito de abortar, contudo antes do procedimento ela passa por consultas com psicólogos, assistentes sociais e ginecologista e depois precisará passar por "cinco dias de reflexão". Logo, a ideia não é incentivar o aborto, mas educar as gestantes e oferecer métodos seguros de interrupção da gravidez.            Fica claro portanto, que a descriminalização do aborto é uma questão de saúde pública e este não gerará a banalização da vida. O papel do Estado é garantir condições para a vida digna e proteger as mulheres em suas decisões  de aborto. A escola , aliada com a família, deve trabalhar sobre educação sexual com os jovens, não como forma de incentivar o sexo, mas sim ensinar as formas de se impedir uma gravidez.Desse modo, se a informação e a discussão for maior, este tabu será desfeito na sociedade civil.