Enviada em: 24/02/2019

Civilização Selvagem    Quando, no século XVI, os portugueses tiveram contato, pela primeira vez, com os povos nativos do Brasil, estes imediatamente enxergaram os indígenas como inferiores e selvagens e, sendo assim, como uma população que precisava ser civilizada de acordo com os moldes europeus. Esses eventos ocorridos no passado, apesar de já encerrados, facilitam a compreensão da situação atual dos povos autóctones no Brasil, que é de preconceito, marginalização e, muitas vezes, violência. Sendo assim, é possível observar que as terríveis condições enfrentadas pelos indígenas hoje em dia, derivam-se de uma construção histórica que vem se alastrando desde o início da colonização brasileira, baseada na sociedade europeia, que para muitos representa o que é ser civilizado.    O preconceito, que segundo Mauro Leonel, coordenador do Instituto de Antropologia e Meio Ambiente, é "camuflado e mentiroso", que os indígenas encaram na sociedade brasileira atual fica explícito quando se observa que, enquanto a cultura vinda da Europa, quanto a crenças, costumes e até mesmo a língua portuguesa, é vista por muitos como uma cultura civilizada e completa, a cultura indígena é, muitas vezes, tratada com descaso e como selvagem, ou seja, não civilizada.    Além do preconceito cultural existente quanto à questão indígena, há também a questão da luta dos aborígenes pelas terras indígenas, que são suporte para a existência física e cultural de mais de 300 etnias indígenas. Contudo, essas terras estão sendo, cada vez mais, tomadas pela bancada ruralista brasileira, que se apossa dessas terras para poder alocar sua atividade agropecuária comercial, que é também muito prejudicial ao meio ambiente em que se instala. Esse conflito entre ruralistas e indígenas vem dizimando inúmeras tribos, tornando cada vez mais difícil a intervenção por parte do governo do Brasil ou por parte da ONU (Organização das Nações Unidas).    Portanto, é possível concluir que, apesar de os povos indígenas serem os ocupadores originais do território brasileiro, estes, hoje em dia, estão perdendo sua voz, sua identidade e sua segurança, por conta de agressões ideológicas, culturais, e até mesmo físicas que partem de um preconceito iniciado há séculos.