Enviada em: 11/04/2019

As problemáticas que envolvem a questão indígena no Brasil contemporâneo são, até para os olhos menos atentos, umas das maiores adversidades da atual sociedade, Se, por um lado, a Constituição de 1988 busca garantir que são direitos do índio, o reconhecimento de sua organização social, de seus costumes e de suas tradições, além dos direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, por outro, o desrespeito sistemático a essas garantias por parte dos brasileiros no país, com agressões e assassinatos, por exemplo, torna essa realidade paradoxal e caótica. Nessa dinâmica, cabe a análise de duas direções: o desconhecimentos da população brasileira acerca das características e das necessidades das comunidades indígenas e a falta de estrutura do governo para garantir a proteção dos índios.    Ao partir dessa realidade, a incompreensão por parte da sociedade brasileira sobre as particularidades da população indígena corrobora de maneira significativa para a problemática. Desde o primeiro contato na escola com a história da colonização portuguesa no país, as crianças aprendem apenas sobre a cultura do povo português e sobre qual foi a importância desses para o Brasil. Contudo, é necessário lembrar, ensinar e educar sobre as comunidades indígenas que aqui já residiam, visto que, os índios influenciam profundamente a cultura brasileira e o desconhecimento da história do país implica no desrespeito vivido pelos indígenas, por exemplo. Os dados apresentados pelo IBGE de 2010 denuncia esse desconhecimento, de modo que mostraram que de 1500, com a chegada dos portugueses, até os dias atuais, a população indígena diminuiu de 4 milhões para 896 mil pessoas.    Nesse viés, a falta de estrutura do governo para garantir a proteção dos grupos indígenas atenua ainda mais problema. Envolta de conflitos agrários e políticos, visto o avanço das fronteiras agrícolas desde a Revolução Verde, a demarcação de terras indígenas, por exemplo, é de responsabilidade do Governo Federal, contudo, essa ocorre de maneira lenta e incompleta, de modo a trazer profundas consequências para os indígenas, que se vêem sem acesso a direitos básicos, como saúde e educação, além de estarem expostos a massacres e invasões constantes, já que a proteção que lhes deveria ser oferecida, não acontece.    Logo, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com as escolas, a abordagem da questão indígena fora do senso comum, por meio de palestras e aulas específicas, de modo a mostrar a diversidade de culturas e de contribuições que o povo indígena para a cultura do país, a fim de que haja um maior respeito a esse povo. Ademais, cabe a FUNAI, o estudo mais completo do território atual das populações indígenas, designando-lhes uma porção suficiente para sua sobrevivência física e cultural.